quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Poesia Pronta


Clack clack bum
É mais um corpo no chão
É outra chacina, irmão
E quem é culpado por essa guerra sem fim?

Todo mundo clama por paz
Mais o que é que se faz
Pra essa guerra acabar?

Responde uma morte com dez
Aí eu pergunto pr’ocês
Quem é o próximo da vez
Desse roteiro infeliz?

Mataram um PM
Eu sei,
era um trabalhador
Eu sei,
É mais uma família que ficou na dor
Mais isso vai fazer de nós
Tão criminosos quanto o que o assassinou?

A madrugada estava cheia de corpos no chão
Era sangue rasgando a escuridão
E aí,
Vamos aplaudir a mais essa chacina
Por quem deveria trazer a paz?

Além do mais
Vejo as fotos nas redes sociais
Um amontoado de cadáveres
Como se fosse um espetáculo reprisado
E são sempre pretos,
Pobres,
Rejeitados desde o início por essa sociedade certinha
Que venera bandidos engravatados
E aborta na base da bala
Os excluídos favelados.

Não defendo bandido, irmão,
Defendo a vida
E não é nessa guerra fudida
Que chegaremos à paz!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Entre Deus e o Povo

Entre Deus e o Povo
Há um Rio
Um Rio
Espelho
E quando olho em suas águas
Reflete a imagem do pescador, do agricultor
Da lavadeira, de todos trabalhadores
A mais límpida imagem de Deus.

Entre Deus e o Povo
Há um Xingu
Templo de adoração
Campo de batalha
Troféu de guerra.

Entre Deus e o Povo
Há um elo
O amor.