segunda-feira, 27 de março de 2017

Distraidamente leve

Modelo: Aline Pereira Vitoriano
Foto: Vitoriano Bill
Na distração
Do vento

Perco-me
Em mim
Dispo-me
Dos olhares alheios



Introspectivamente
Leve


Há agora
Outra visão


Vaga
        Mente
Sozinha, longe
E bem próxima
Do que sou

Barco
À vela

Distante 

Ser horizonte
Dos próprios olhos

E o vento
Vai...
Passando...



Certezas
Também...



Só resta
Brisar
A vida
(I)natura.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Deslize


Não há nada
À esconder
Ávida
Por prazer
Um decote
Uma alça caída
Um deslize para o que quer acontecer.
Mostra-se
Teu corpo nobre
Na noite límpida
E minha mente escárnio
Toque
Força
Boca na tua pele
Saliva
Língua nos grandes lábios.
Goza sem pudor
Multiorgástica,
Deliramos

Numa imaginAÇÃO sofrega.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Incandescente!


(à Lunara, uma poesia vulcânica as margens do Xingu)

Incandescente!
Deusa
         Das
               Matas
Reina nua
Num altar reluzente
E arrebata
Em simples gesto
A atenção do mundo!
Os cabelos frondosos
Ocultam o olhar
A
R
D
E
N
T
E

Deusa
De pele dourada
És tão poderosa quanto a imponência das águas do gigante Xingu.

De olhos fechados



Desatento
Ao tempo
Não vejo
Apenas sinto

Alço voo inebriante
Corpos colados
C
                       O
                                       M
                 B
                                                  U
                                  S
               T
                                  Ã
                                             O

(Re)pouso
Na tempestade do continente
Pra mergulhar em delírio fulminante
Na fonte
                      PRAZER

Trêmulo
Avisto-te
Despida
Ofegante
Linda
Ainda queimando...
Muito mais
Viva!



quinta-feira, 9 de março de 2017

Vinho é preciso...

Um vinho
Barato
Navalhas e giletes guardadas
Sento ao chão
Bebo sonhos em goles hercúleos
E eles se esvaem de mim em lágrimas
A noite passada ainda não acabou
Já é metade da tarde
Mas a punhalada de horas atrás
É ferida exposta
Mas, vinho é preciso...

quarta-feira, 8 de março de 2017

Enquanto esse dia é necessário

Ao dia da mulher




Enquanto esse dia é necessário

O chamamento ecoa
Ouvem,
É uma voz do interior do peito
Querendo
A infinita liberdade
De viver
Sem rótulos...

Cansadas do sabor amargo da clausura
Véus encontram o chão.

A cada gesto firme
Livram-se da mão
Que querem fazer suas almas cativas.

Colocam-se
Em posição de combate
E beijam o orvalho do novo amanhecer.

Em sorriso visceral
Decoram o presente de luta
Para que o futuro
Seja trono cimentado de amor
Numa pátria igualitária.

Elas são camaleônicas...

O chamamento ecoa
Estilhaçam-se em esperança
E recompõem-se
Numa canção uníssona
- A igualdade pautada é vida preservada.