segunda-feira, 26 de junho de 2017

Os céus sorri

A Flor


Os céus
              Sorri
A Terra
             Vibra

Poetas malditos
Bendizem a vida
Jardins abandonados
Flori sob o sol amazônico

Lua
       Crescente

Em tempos líquidos
A solidificação do amor

Flutua em teu ventre.

sábado, 24 de junho de 2017

Vestido em desejo


Nasce o verbo
De lembranças
Distração
Do ontem
E desse instante

Depois o verbo
É falado

E num
Gesto
Correria do sangue na veia

Vestido
Em desejo
De alça saliente
De tecido
Disfarçado de pudor

É o verbo
É mente
Cria
Ausências
E excita
Numa pergunta,
Tá sem calcinha também?

Sem resposta
A ideia
Aumenta o tesão
E os olhares
Invadem
Sem agressão
Esta tudo subentendido
Permissão
É um desvio de visão tangencial

É o verbo
Invade a madrugada
Latente
Sem gritos
Apenas vivo.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Meio


Ando meio ocupado
O outro meio culpado
E acho que essa sentença
É pela ausência de um abraço em ti

Ando meio sozinho
Só não há mais solidão
Porque meus pensamentos
Me rapta e ti encontra no caminho

Saiba que estou por aí
Em repentinos risos bobos
Apagando perfeitamente
As lágrimas de meus passos

Não sei se a culpa é do trabalho
No fundo eu peguei um atalho
Que me leva a lugar nenhum
Distante de um ponto comum pra nós dois

Nem me lembro quando quis tanto seu bem
A ponto de sair do objetivo
Um tiro no pé
De mais um Zé que errou por amor

Mais saiba
Que eu não sabia
Que minha obsessão de garantir o arroz e o feijão
Me afastava tanto de ti

Ando meio derrotado
O outro meio também.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Cari-Zebra

Fotografia de A Flor, para conhecer ais sobre a artista acessar O PASSAR DO VENTO 


Cari-zebra

Saiu 
Densamente 
Leve
Das águas do Xingu

Era
Belo demais pra ser exclusivo

Preto
Branco

Pós-moderno

De olhos
Atentos
Abstrato

Absurdo

Saiu do rio

Pra carimbolar
Versos
Com gravuras
É o que mais encontrar ao redor

Psicodelia
De um tempo
Vazio

Caminhos 

Mas seu
Lar seguro
É nas águas verdes

E todo
Olhar distante
Pinta no horizonte
O tempo de retornar ao seu recanto.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Fanzine: UMA VIAGEM

Click na imagem para baixar


Este Zine foi escrito pela Poetisa A Flor e pelo Poeta Vitoriano Bill às véspera da virada do ano de 2016 para 2017, durante uma viagem, dentro de um ônibus.
As poesias foram feitas em conjunto, foi um processo de criação peculiar, inspiração fluída...
Baixe, leia e compartilhe à vontade.

Te amar




(à Flor de Poesia-Aline Pereira Vitoriano, que faz dos meus dias tempos de felicidade plena)


O amor nasce da explosão
De momentos contínuos
E nunca é percebido na hora do acontecimento

Só é notado quando numa bela tarde de sábado
Tem que se despedir por alguns instantes da companhia da pessoa querida
E o coração aperta

No caminho ao olhar triste para o chão
Avista uma pedra diferente de todas as outras
E ela rememora  os olhos cintilantes de quem faz seu coração  pulsar descompassadamente

É a metafísica do amor

Foi num desses momentos que descobri que te amo

Flor de Poesia,
De poucas coisas que sei nessa vida
Uma delas é que te amar
É mergulhar nas canções que exaltam a vida na sua forma mais pura e bela

Talvez por isso nem percebo o resto do mundo
Quando me deito em teu colo
E apenas sinto o fulgor do indescritível  

Passarinhos e borboletas nos visitam nesse instante.

sábado, 3 de junho de 2017

No bar

No bar
O ar
Vagabundamente
Alucina
             Mente
Os copos falam
Enquanto os corpos ainda que inerte
Gritam!

No bar
O ar graceja
E em goles de cerveja
O descarrego:
Os pesos voam
E o suspiro ecoa

No bar
O som
No tom
Dissonante

Sentado
Em pé
Acompanhado
Sozinho
Confessionário público
Interseção do santo
Etilicamente equilibrado.