segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Vazio


Tanta coisa pra viver
E vem a morte interromper,
Nunca me acostumarei com a presença da dor
No entanto,
A ausência nos apresenta o sofrer
Aí, podem até filosofar
Mas não há vantagem em se perder.
Toda conversa, toda reza dissipada no ar
Agora somente a tristeza por ter chegado neste ponto.
Com olhares sinto quererem me consolar
Sem mesmo saber como se expressar
Demonstrando num abraço que diz tudo.
A sala se agiganta,
Nada será o mesmo
Numa mudança que ninguém quis,
Sempre haverá um espaço vago
Nem foto, nem vídeo
              Arrancará a gargalhada que só ela conseguia.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Hora da palavra


O puro silêncio que dói
No vácuo formado entre nós
Os olhares desencontrados
Explicações, um descalabro.

Tua água diz tanto,
Como num d’javú
Sufoca-me teu pranto
E num lapso o silêncio fica azul.

E na hora da palavra
Ora, que palavra?
Prevalece o silêncio
Singelamente endiabrado.

Tudo se foi
Nem o estarrecedor verbo sobreviveu,
Esse é o momento da falência
A travessia para a outra margem.

sábado, 19 de novembro de 2011

Valeu sim


Vale o aperto no peito
Vale a lágrima que saliente escorreu seu autorização
Vale a bela lembrança do tempo que durou.
Não vale dizer que não valeu a pena,
Valeu sim!
Alguma aprendizagem ficou para o próximo.
Não diga que não deu certo,
Deu certo enquanto durou, ora!
Você não saiu perdendo
Ganhou em maturidade,
Maturidade talvez ainda precoce.
Mas é a beleza da vida,
Aproveite o momento
Tente escrever um verso
Quando você perceber terá uma linda poesia.

p.s. Para um amiga.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Teu Abraço

Eu queria tanto que um dia
Fosse você quem me procurasse
 E me abrassasse,
Aí teu perfume ficaria em mim.
E quem sabe um beijo acontecesse
Daquele que faz a alma aquecer.
Entenda-me,
Não quero prendê-la
Apenas me libertar
 Eessa liberdade passa por um abraço teu.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Café com leite


(Para os amigos Isaac e Mª. Francisca)

Moramos na mesma cozinha
Nunca nos repetimos
Sendo sempre os mesmos.
Formamos uma dupla indissolúvel,
Sozinhos, também somos bons,
Mas unidos, incomparável.
Comprimidos numa xícara,
O nosso ponto de encontro diário,
Alimentamos sonhos:
Os meus e os teus,
Ou será que são apenas meus?
Onde você está
Esse é o meu lugar.
Eu, leite,
E você, café.

domingo, 30 de outubro de 2011

Minha cachaça


Drummond, disse que sua cachaça
Era seu verso.
Talvez se eu fosse um poeta
Minha cachaça seria os versos,
No entanto, não me descobri como tal,
E fiz de Cazuza meu etílico.

Não sei o que esse cara tem,
Sua voz
Aperta-me o peito,
Faz-me sentar e ficar sem norte.

Cada gole de sua voz
No meu coração inquieto
É uma  viagem alucinante,
São delírios,
 Sonhos
De amores e de momentos não vividos.

Com suas canções
O meu museu estático
Bem guardado em forma de lembranças
Joga-me ao chão
Como se eu fosse um maior abandonado.                                                                     

No bar de casa
Bebo sozinho ou acompanhado,
Todavia o único a ficar alucinado sou eu,
 Por que Cazuza é minha cachaça.

Todos os dias antes de trabalhar
Às seis horas da manhã,
Socialmente
Me deleito com seu grito libertador,
E me sinto exageradamente livre.

sábado, 29 de outubro de 2011

Pronta Pra Casar


Faz miojo pro almoço
E kisuco pra tomar,
Frita um ovo como ninguém
E a farofa é no jantar.

E não duvidem
Essa menina
Afirma está pronta pra casa.


p.s. Poesia inspirada numa amiga muito querida.

Ela


Passei o dia com ela,
A muito tempo não a via
Não sorria com suas loucuras
Não apreciava aquela formosura.

Pensei em versos
Tentei até filosofar
Mas foi tudo linear.

Ela me fez sorrir
Desprovida de preconceitos
Até me senti
Mais um cara normal.

Ao fim da tarde
Foi o inicio de nossa despedida
Sem dramas sem feridas
Apenas despedida.

 A verei no próximo fim de semana.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Dia Novo


Pelo dia novo
No anseio e na carência
De um abraço redentor
Unamos nossas forças
Pra ressuscitar a fé em nós.

Pelo dia novo
Levantemos da praça
Procuremos alcançar o céu
Fazendo aliança com quem nos deu fel
Derrubando os que nos apunhalaram com papel.

Pelo dia novo
Procuremos o brilho num olhar
Que as águas correntes sejam do rio para o mar
E a fé até então ausente
Seja perceptível no ar.

Pelo dia novo
Sejamos humanos
Só isso,
Tenhamos fé em nós,
Amemos o outro.