domingo, 30 de outubro de 2011

Minha cachaça


Drummond, disse que sua cachaça
Era seu verso.
Talvez se eu fosse um poeta
Minha cachaça seria os versos,
No entanto, não me descobri como tal,
E fiz de Cazuza meu etílico.

Não sei o que esse cara tem,
Sua voz
Aperta-me o peito,
Faz-me sentar e ficar sem norte.

Cada gole de sua voz
No meu coração inquieto
É uma  viagem alucinante,
São delírios,
 Sonhos
De amores e de momentos não vividos.

Com suas canções
O meu museu estático
Bem guardado em forma de lembranças
Joga-me ao chão
Como se eu fosse um maior abandonado.                                                                     

No bar de casa
Bebo sozinho ou acompanhado,
Todavia o único a ficar alucinado sou eu,
 Por que Cazuza é minha cachaça.

Todos os dias antes de trabalhar
Às seis horas da manhã,
Socialmente
Me deleito com seu grito libertador,
E me sinto exageradamente livre.

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