terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O segundo parto



No filme Cazuza O tempo não Pára, em um dos diálogos Cazuza diz que as mães têm que parir duas vezes: uma quando o filho nasce outra quando ele sai de casa.
O segundo parto segundo Cazuza é o mais dolorido, pra mãe obviamente, e agora para o filho.
Mãe são anjos de Deus na Terra, com a tarefa de cuidar de cada um de nós. Mas esses anjos tem um defeito por virem na forma humana: são egoístas por não quererem se desgarrar de seus filhos. É um amor tão profundo, tão presente que deixa de ser sagrado por muitas vezes sufocar.
As mães nos amam tanto, de forma tão verdadeira, incomparável a ponto de esquecerem que temos que aprender a caminhar sozinhos.
E filhos, não são anjos. Nós, os filhos, somos Adão, Eva, guardados e seguros no jardim do Éden, mas loucos pra provar da fruta do conhecimento.
Nesse desgarrar, da tomada da ‘liberdade’ muitos dos filhos enfiam os pés pelas mãos, cometem trocentos erros e retornam aos braços de sua progenitora. Mais aí é que está a beleza da vida, experimentar, viver e se der errado voltar ao ponto de partida e recomeçar tudo de novo.
O segundo parto é necessário a todos os filhos, senão jamais poderão dizer que viveram, estão fadados a ficar na ‘bolsa d’agua’ numa infinita gestação.

Reação



Áspero
Ácido,
Muito mais corrosivo,
Agressivo feito patrão
Sugando do funcionário até o último sangue em circulação.
Hoje,
Filho da puta
Enteado da Santa
Querendo ser gente
Nessa terra branca.
Não aceito mais humilhação
Chega de baixar a cabeça
Basta de servidão
Ou me respeita
Ou suporte a reação.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Porta-retratos


Nesse porta-retratos
Vejo a beleza congelada nesse instante infinito
É fato,
Não vi ainda nada mais bonito
Que as curvas de teu sorriso
Acompanhado por esse teu olhar.
É um conjunto indissolúvel
De características ímpares
Fruto da perfeição chamada miscigenação.
A fotografia desse porta-retratos é real
Fruto da luz incidente sobre esse filme global
Sem montagem
Vejo uma negra com cabelos indígenas
Traduzindo nossa ancestralidade
Negada pela opressão étnico-racial.
O porta-retratos está no meu quarto
Tua imagem, guardada no meu coração.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Minha Energia


É uma sensação diferente
Instigando-me a ver novos horizontes
A me sentir pleno sozinho
Pra ti fazer feliz comigo.

Busco ainda mais a liberdade
Pra apresenta-la a você
Assim verás
Com outros olhos a minha fala.

Só tento convencê-la de meus sentimentos
O combustível que me coloca em movimento
E tu, fazes parte dessa matriz energética
Da força propulsora do meu caminhar.

Já voas alto
E eu começando a engatinhar,
Estou aprendendo a tirar meus pés do chão
Pra poder ti alcançar.

Venha brisa, até mesmo tempestade
Aos meus anseios tenho lealdade
Não abro mão dessa felicidade:
Amar-te sem censura
Completar-me e completar-te minha metade.