No filme Cazuza O tempo não Pára, em um dos diálogos Cazuza
diz que as mães têm que parir duas vezes: uma quando o filho nasce outra quando
ele sai de casa.
O segundo parto segundo Cazuza é o mais dolorido, pra mãe
obviamente, e agora para o filho.
Mãe são anjos de Deus na Terra, com a tarefa de cuidar de
cada um de nós. Mas esses anjos tem um defeito por virem na forma humana: são
egoístas por não quererem se desgarrar de seus filhos. É um amor tão profundo,
tão presente que deixa de ser sagrado por muitas vezes sufocar.
As mães nos amam tanto, de forma tão verdadeira, incomparável
a ponto de esquecerem que temos que aprender a caminhar sozinhos.
E filhos, não são anjos. Nós, os filhos, somos Adão, Eva,
guardados e seguros no jardim do Éden, mas loucos pra provar da fruta do
conhecimento.
Nesse desgarrar, da tomada da ‘liberdade’ muitos dos filhos
enfiam os pés pelas mãos, cometem trocentos erros e retornam aos braços de sua progenitora.
Mais aí é que está a beleza da vida, experimentar, viver e se der errado voltar
ao ponto de partida e recomeçar tudo de novo.
O segundo parto é necessário a todos os filhos, senão jamais
poderão dizer que viveram, estão fadados a ficar na ‘bolsa d’agua’ numa
infinita gestação.
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