quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Amanhã é dia...

Amanhã é dia
De ser feliz.
Amanhã é dia
De abraçar o mundo.
Amanhã é dia
De pedir perdão.
Amanhã é dia
De amar.
Amanhã é dia
De esperança.
Amanhã é dia
De paz.
Amanhã é dia
De milagres acontecerem.

Importante sempre lembrar
Hoje é a semente desse amanhã.
E só terá
Felicidade
Abraços
Perdão
Amor
Esperança
Paz
Milagres

Se forem plantadas hoje.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Confusão

Quem não conhece o inferno
Não pode querer o céu.
Quem não experimentou o fel
Não pode preferir o mel.
Só pode escolher a paz
Se saber do que a guerra é capaz.

Sangue
Escorre entre as pernas
Sujeira intacta digno de um período sabático.

Veias expostas.

Confusão
Forçada por escolhas dignas da morte de um pouco de nós.

Por hoje
Escolho ser...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Zika Golpista

Zika na gestação
Vírus afrontando a soberania popular da nação
Surto de honestidade
Nos pais da corrupção,
Cunha salafrário
De mãos dadas com saqueadores tucanários
Em bom tom cometem a heresia
Rasgam o mínimo que nos restam de democracia.

Zika
Vírus descoberto
O povo de olho
Não vai se contaminar
Se chocaram um impeachment por lá
Nós, povo organizado,
Gestamos consciência e disposição pra lutar.

Zika

Esse vírus golpista por aqui não vai passar.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Poesia Pronta


Clack clack bum
É mais um corpo no chão
É outra chacina, irmão
E quem é culpado por essa guerra sem fim?

Todo mundo clama por paz
Mais o que é que se faz
Pra essa guerra acabar?

Responde uma morte com dez
Aí eu pergunto pr’ocês
Quem é o próximo da vez
Desse roteiro infeliz?

Mataram um PM
Eu sei,
era um trabalhador
Eu sei,
É mais uma família que ficou na dor
Mais isso vai fazer de nós
Tão criminosos quanto o que o assassinou?

A madrugada estava cheia de corpos no chão
Era sangue rasgando a escuridão
E aí,
Vamos aplaudir a mais essa chacina
Por quem deveria trazer a paz?

Além do mais
Vejo as fotos nas redes sociais
Um amontoado de cadáveres
Como se fosse um espetáculo reprisado
E são sempre pretos,
Pobres,
Rejeitados desde o início por essa sociedade certinha
Que venera bandidos engravatados
E aborta na base da bala
Os excluídos favelados.

Não defendo bandido, irmão,
Defendo a vida
E não é nessa guerra fudida
Que chegaremos à paz!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Entre Deus e o Povo

Entre Deus e o Povo
Há um Rio
Um Rio
Espelho
E quando olho em suas águas
Reflete a imagem do pescador, do agricultor
Da lavadeira, de todos trabalhadores
A mais límpida imagem de Deus.

Entre Deus e o Povo
Há um Xingu
Templo de adoração
Campo de batalha
Troféu de guerra.

Entre Deus e o Povo
Há um elo
O amor.

domingo, 25 de outubro de 2015

Felicidades, Minha Princesa Linda

Há quinze anos atrás
Tu cabias nos meus braços de maneira tão suave
Que sempre dormias no balançar
Em meu colo.

Arrastando-se
Cambaleando
Veio o primeiro passo.
Como foi mágico
Te ver andar sozinha.

Ba, ba, ba
Ma, ma, ma
Pa, pa, pa,
Papai
Nesse exato instante descobri
Um mundo ainda impensado pra mim
E sorri de felicidade plena.

Quinze anos se passaram
E passe mais quantos vierem
Ainda serás a minha Pequena Princesa.

Vendo você crescer
Vendo seus imensos sonhos
Só posso me sentir feliz por tê-la recebido de presente em minha vida.

Amo-te.
Que os ventos que ainda virão
Sopre boas experiências a ti
E que as tempestades que se apresentarem
Tenhas sabedoria e força pra suportá-las.


Felicidades...Minha Princesa Linda!!!

sábado, 17 de outubro de 2015

Esperança Submersa

Mulher
Negra
Já com a idade avançada.
Morava no baixão
Às margens do Igarapé Ambé.
Mas veio Belo Monte
E a retirou de lá,
Compulsoriamente recebeu em vez de uma casa
Irrisória indenização.
A mulher saiu do baixão do esquecimento
Para as margens da Transamazônica
Um outro recanto de eterna exclusão.
Hoje pela manhã
A vi
Rodeada de urubus,
Ela observava um gato morto sendo devorado pelos abutres.
Havia um Xingu de lágrimas no seu olhar
Tanta energia no seu pesar
E apesar de agora está no morro

A esperança, totalmente submersa.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

O que nos dão, o que queremos

Pra eles Segurança
É manter a classe trabalhadora longe da elite opressora.
Pra nós
Segurança
É poder ir e vim em paz.

Pra eles
Educação
É alienar, podar a criatividade da estudantada.
Eliminar qualquer consciência de classe.
Pra nós
Educação é oportunidade.
É traçar horizontes possíveis e sonhar com a primavera popular.

Pra eles
Saúde
É quatro paredes,
Maca e alguns analgésicos.
Pra nós Vida.
Prevenção.
Olhar humano sobre cada ser que necessita de cuidado.

Pra eles
Família
Uma mulher submissa,
Um macho alfa e suas crias.
Pra nós
São pessoas unidas por laços de afeto e amor verdadeiros.

A nossa visão de mundo difere de toda a elite burguesa
Porque somos movidos pelo sincero e forte sentimento de fraternidade ao próximo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Louvor Real

A teologia da prosperidade
Secundarizou o louvor à Deus,

E colocou o dinheiro no centro do altar.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Infinito

Há sempre um infinito maior que outro
Dentro de cada paixão
Há um universo,
Solto no espaço
O amor
Que por algum fenômeno
É capaz de expandir-se

E ser o maior de todos os infinitos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Licença pra rimar

Assisti o filme licença pra casar
Dizem que James Bond tem licença pra matar
A Belo Monte quer licença pra operar
E eu, como sou poeta marginal
Só quero licença pra rimar.

Rimar
Juventude com educação
Mulher com liberdade
Criança com infância
Saúde com trabalhador

Quero licença pra rimar
PM com segurança
Futuro com esperança
Opressão com passado
Lei com justiça.

Rimar
Amor com verdade
Respeito com igualdade
Ida com vinda
Sonho com realidade.

Essa licença que preciso
Não será concedida de mão beijada
Será uma licença forjada
Na luta travada
Com a unidade de toda rapaziada.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Viver o amor pleno

Viver o amor pleno
É lutar pra libertar os oprimidos.
Consolar os que sofrem
Alimentar os famintos
Vestir os nus,
São ações importantes,
Mas de nada adiantará
Se não lhes mostrarem à raiz do mal pelo qual eles passam

E fazê-los acreditar que um outro mundo é possível.

domingo, 30 de agosto de 2015

Mais uma do acaso

Quando o acaso
Por acaso
Resolveu nos notar.
Criou caso
Para que por um acaso pudéssemos nos beijar.
Acontece que o acaso
Visou caso
E agora não é por acaso
Que com você quero casar.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Paraíso

Paraíso
É o corpo da mulher que desejo,
É minha mão
Perdida nos cabelos dela
Enquanto nos beijamos.
Paraíso
É o momento
Do gozo
É o
-Maldito!
Que ouço quando desfalece depois do prazer.
É por fim
Amanhecer
Junto dessa mesma mulher.

sábado, 15 de agosto de 2015

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Desejo Equacionado

Equacione
O calor de nossos corpos
A respiração ofegante
Minha boca percorrendo tua pele
Minha mão subindo por tuas coxas
E terás
A raiz de um desejo crescendo exponencialmente.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Amanhecer Sombrio

No mar sombrio do amanhecer
Temo por todos que amo.
Rogo aos deuses
Intervenção divina,
Mas paira sobre essas terras
Desamor em abundância.
Em vez de chuva
É sangue molhando o chão,
Em vez de sementes
São corpos nas covas.
Ainda assim
Nos ilumina a centelha de esperança restante em nós.
Nesse amanhecer
Ainda sombrio
Enquanto não vem um intervenção divina
Nós fazemos intervenção poética.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Temos Fé

Foto: Rylla Bryanne
Olhar pra frente
Manter a cabeça erguida
Ser aquarela na monocromia do capital
É nosso desafio constante.

Incendiar as ruas com nossa sede de liberdade
Quebrar correntes
Ser primavera
É nosso maior exemplo de amor ao próximo.

Tudo porque temos fé
Acreditamos no milagre da transformação
Do povo em classe.

Bebemos da fonte da vida
Somos gente sofrida
Levantando-se pra viver.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Corram Crianças

Foto: Guilherme Weimann

Corram
Crianças
Afrontem o vento tardio
Enfrentem o barro da rua que é de vocês
E querem lhes furtar.
Crianças
Dissolvam a ferrugem da indiferença
Que habita em nós,
Mostrem que união já é o início da solução.
Corram
Crianças
Brinquem na contramão de tudo ao seu redor
Sejam livres...
Sejam Boa Esperança
Dos dias que virão.
Corram
Crianças
E por um momento

Esqueçam que por todo esse sonho de infância ronda o bicho-papão.

Alta Mira Deles


Foto: Roberto Souza

É alta a mira
Dos arteiros
Na imensa gana por dinheiro
Morte é efeito colateral.

O xis da questão
É aonde vamos parar
Progresso assassina pra “caraio”
E também piora o idh.

A alta mira deles
Condenam a juventude ao camburão
Trancafiam a mulecada em carvoarias
Em vez de lhes oferecem educação.

O sucesso do capital
Gera essa contradição
Quanto mais enriquecem
Mais gente na exclusão.

domingo, 26 de julho de 2015

Progresso é assim

Vitor Teixeira
Progresso é assim
Já iniciam dando fim
Na vida do que é coletivo
Lembram da castanheira que Médici assistiu derrubar?
Era a Transamazônica integrando pra não entregar.

Progresso é assim
Abandonaram colonos
No meio da mata recém-estuprada
Saga suada
Em terras banhadas pelo abandono estatal.

Progresso é assim
Mas os colonos contra tudo e todos resistiram
Infelizmente assistiram de mãos atadas outros tantos morrer
Mas com a faca nos dentes
Lutaram pra sobreviver.

Progresso é assim
Primeiro nos violentaram tal qual fizeram com a floresta
Agora é o rio
Mais um projeto que capital pariu
“Barragem pra produzir energia pro Brasil”.

Progresso é assim
Expulsaram os ribeirinhos das ilhas
Agricultores de terra em plena produção
Indígena novamente é síntese de opressão,
E no baixão
Centenas de famílias com o direito à moradia negado
Agora o Consórcio é a lei na eterna ausência do Estado.

Progresso é assim
Berço da exploração
Em cada esquina uma casa de prostituição
Custo de vida digno de um engenheiro barrageiro
Na maternidade filhos de pais forasteiros.

Progresso é assim
Belo Monte em construção
E já estão com o gatilho pronto pra mineração
Privatização da água com lei pronta pra aprovar
A nós
Resta construir poder popular.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Um sonho Poético


Tive um sonho poético
Tu estava nele, nega.
No som tocava Cazuza
Só nós dois no quarto
Você só de blusa
Desenhando na parede
Eu, lendo poesias.
Uma garrafa de vinho só pela metade.
Intenso.
Nos beijávamos
Nossos corpos suados.
Eu escrevia versos em suas pernas
Com caneta vermelha.
Havia naquele quarto
O tom e a cor
De nosso prazer.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Gente sem vergonha!

Gente sem vergonha!
Quem tá na orgia grita
Geme, se lambuza, goza.
Quem tá fora vendo tudo
Ainda tem que se envergonhar.
Como assim?
E parece que é natural
Em cada palácio de governo um bacanal
Que se estende pra’s Câmaras em nível nacional.
A putaria tá tão grande
Que tem gente sendo expulso por mau comportamento
Imagina o que anda aprontando esse elemento?
Gente,
Chega,
Num dá mais pra aceitar
Pro povo só sobra o esporro
E a conta pra pagar!
Tudo uma grande sacanagem
Vivem de festas e viagens
Já nós
Contas de tudo quanto é lado
Impostos, tarifa de água e luz,
E se quer nos devolvem um serviço decente no SUS.
Chega de silêncio
Se eles gemem de prazer
Vamos gritar nossa dor
Quem deve pagar pela zona
São os dito doutor.

domingo, 19 de julho de 2015

Enquanto...

Enquanto
Não tenho teus beijos só pra mim
Divido-os com outros
Sem crises
Nem cicatrizes.

Enquanto
Dormes por outras camas,
A nossa,
Que fica imensa nessas noites longas,
Te espera.

Enquanto
Tua presença em nossa casa
São apenas lampejos
Faço desses instantes minha eterna realidade.

Enquanto
Vivemos assim
Ator e atriz
Cliente e meretriz
A felicidade fica por um triz
De esbarrar em nós.