segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Pivete Vida Loka

O pivete resolveu bancar o vida loka
Voltou a estudar
Disse que vai ser doutor.
Antes carregava uma navalha por dentro do short
Atacava nas esquinas quem marcasse toca,
Agora continua vestindo as velhas roupas
Mas tá tirando onda com um livro na mão,
Tá trampando de ajudante numa construção
E nas horas vagas pega o caderno pra fazer a lição.
Como a vida não é justa
Os que antes lhe julgavam por sua antiga conduta
Agora vivem dizendo que ele não precisa travar essa luta
Que nunca viram um filho de meretriz
Ser doutor nesse país.
O pivete é mesmo vida loka
Se faz de surdo
Se finge de mudo
E não desiste do sonho que ele criou:
Viver um tempo a mais que seus manos
Que foram abandonados
Julgados
E tiveram suas mortes “perfeitamente” justificadas.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Carnaval

Fantasia que me ama
Pra gente foliar
Gandaia em altos loves
Até a quarta-feira de cinzas chegar.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Reaja

Aguarde,
Lutando,
Que os ventos mudarão.
Parado, só dá pra reclamar
Levanta
Reaja
O fronte da batalha é teu lugar.
Político corrupto
Etc coisa e tal,
Mas me fale
O que você tem feito pra acabar com esse mal?
Saliva
Garganta
Só isso não adianta
Ou parte pro ataque
Ou morre sem nem entrar em combate.
Não se conforme com a dor
Lute por você
E pelo seu mano que ainda não acordou.
Você tem um milhão de desculpas pra permanecer sentado
Mas precisa apenas de um pretexto
Pra forçar a mudança do contexto
Pra fazer o vento vir a seu favor.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O esquema está armado

O esquema está armado
Clima de tensão
Na casa de show o jovem assassinado
É violência ostentação.

O pancadão rolando
Flash pra todo lado
Tiro: pá, pá, pá
Acerto de conta executado.

Droga pra todo lado
Do topo do morro até o baixão
Sistema do tráfico avançado
Futuro da juventude é o caixão.

O esquema está armado
O senhor da morte comandando
Governos por ele financiado
Caos por ele organizado.

Estado de desgraça
Estado de aflição
Lágrimas da mãe banhando o corpo do filho no meio do salão.


O esquema está armado...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Forte

Forte o bastante pra cortar vidros,
Forte o bastante pra se agigantar,
Forte o bastante pra ser racional,
Forte o bastante pra amar,
Forte o bastante pra ficar sozinha,
Forte o bastante pra não se calar,
Forte o bastante pra se impor,
Forte o bastante pra chorar,
Forte o bastante pra sangrar.
Forte,
Mulher.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Olha Que Fita

Olha que fita
Os nossos manos de infância
Estão morrendo na Praça,
Pra graça dos donos da justiça.

Olha que fita
É pra matar bandido
Negro,
Pobre,
Favelado fudido.

É pra matar o menor infrator
Se for filho do pedreiro,
Mas é pra aliviar a barra
Se for filho de doutor.

Olha que fita
O “bacana” no congresso falando da insegurança   
Mas chegou lá financiado pela milícia
A mesma que na comunidade julga
Que penaliza à morte,
Como num filme de terror sem corte.

Olha que fita
A juventude abandonada
Condenada à desilusão
Essa mesma rapaziada são o futuro da nação.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Quando Contigo

Viajo na ilusão
De ter habitado teu coração.
Viajo nas manhãs
Que eu amanhecia do teu lado ouvindo Zé Ramalho.
Viajo em tudo
Que habitava nos momentos perfeitos que tu me proporcionou.
Recorto o instante sublime
Que me dei conta que eu já estava em tuas mãos.
Tudo certo
Apesar do cara errado que fui,
Tudo certo porque era você comigo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Amo-te

Vou rimar contra a maré
Vou remar contra o refrão,
Sem chance pra defesa
Vou bombardear teu coração.

Amor à quem é amado
Amor aos desamparados
Amor como remédio.

É respeitado quem tem coragem
Tem coragem quem ama em tempo de guerra,
Quem serve sem obrigação
Quem se doa sem esperar por gratidão.

Amo-te sem ti conhecer
Amo-te por ser meu irmão
Amo-te por ser humano, semelhança do Deus da criação.