sábado, 25 de novembro de 2017

Etnografia



Habitei
As esquinas
De teu corpo

Me despi
Pra te
Entender

Vivenciei

Tempestades
Devastadoras

Em madrugadas efêmeras

Pêlo pele
Atrito
Fricção

Etnografia
Vá dia
Mente
Em ti,

Prazer.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Tempos loucos


Vida minha, teu corpo clama liberdade
Correm tesa tem sabor suave,
Muro-cama-livre.
Ao crava minhas mãos em tua pele, vi,

Em câmera lenta
Nossa respiração acelerar ofegante.
Ouvi nossos corações baterem

Tempos loucos.
Vinho, carinho
Rio de fogo em nós,
O beijo era ponta do desejo.

Apesar de adorar a previsibilidade,
A segurança
Não cabíamos num soneto.

Percebi minha queda natural
Pela quebra do ritmo
Visceral exigindo
Prazer natural.

Sempre soube
               Está tudo
                             Em
                                 Ti.

Contos se escrevem em tarde frias
Já, nossa poesia,
Em madrugadas
Febris.

Quando
           Retornas
Pra
     Mim?

sábado, 18 de novembro de 2017

As moças...

Fotógrafa: A Flor     Modelo: Raylane Rodrigues


Ao moço
Atrasado
Um recado,

Encontramos
Marcas
De ousadia,
Numa estética
Subversiva

Havia sangue
Mas acima de tudo
Desejo
Novos horizontes

Ao moço
Inquisidor
Prepare-se,
As moças
Fazem amor
Fazem guerra
E em seu corpo
Lar-prazer
Liberdade indomável


As moças
Dominam os muros.
Gemidos, urros:
Magia ébria do que o corpo ama.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Fanzine: Poesia Viciada

Click na imagem para baixar o zine

Este fanzine ou zine como queiram, foi feito especialmente para o Seminário de redução de Danos que aconteceu em Altamira/PA.
São poesias e desenhos que tratam a questão do uso de drogas psicoativas, mas na perspectiva da prevenção e redução dos danos.
Os desenhos são da artista marginal A Flor, as poesias são da poetisa Devaneios e do Poeta Vitoriano Bill.
Baixe, compartilhe!

domingo, 12 de novembro de 2017

Depois...



Depois de tanto andar
Depois de tanto tentar
Depois de algumas lágrimas
Depois de algumas ilusões

Depois de sangrar
Depois de vagar pelas noites de mim mesmo
Depois  de verdades calcinadas

Numa noite de céu estrelado e lua cheia
A poesia me encontrou
Rimou tua boca com a minha,

E uniu nossos corações num soneto marginal.
Depois de tanto vazio,
Te encontrei, meu amor
Numa magia que é intersecção de sonhos infinitos.

domingo, 5 de novembro de 2017

Flor de Poesia

Aline Pereira Vitoriano


(À minha companheira Aline Pereira Vitoriano. Feliz aniversário meu amor!)

Flor de poesia que nasce em primaveras populares
Tua presença, fazes de destroços um mundo encantado
Onde o amor é o bem maior.

Desde que me encontrei em teu riso
O mundo ganhou novos sabores
A lua ficou mais linda!

Viver ao teu lado torna-me o sujeito mais feliz do mundo,
Perder-me em teu corpo
Naufragar em desejos
Em madrugadas à fora

É inarrável, por que o sublime
Não tem descrição
Por isso, Flor de Poesia,

Tua beleza rara, teu encantamento é tão divino, que só Deus para compreender.

sábado, 4 de novembro de 2017

Nossa arte é acima de tudo uma expressão de amor à liberdade!



Por Vitoriano Bill
Quem conhece o Coletivo de Poetas Marginais? Poucas pessoas, eu sei. Mas o Coletivo existe há quatro anos, e nesse período nos dispomos a produzir arte na nossa linda Altamira. Arte produzida pelas mãos de gente simples, jovens, homens e mulheres, trazendo uma estética livre  e temáticas que dialogue com questões do cotidiano do grupo social no qual estão imersos.
Durante esses quatros anos de existência, o Coletivo de Poetas Marginais realizou diversos saraus nas praças públicas ou na frente de uma residência de alguém que se disponha a acolher nossa arte.
O público que nos acompanha é e um sua maioria jovens que encontra em nossos saraus a oportunidade de expressar suas artes, de encontrar amigos para um bate papo, e um ambiente acolhedor.
Nós nunca tivemos um apoio do poder público, muito pelo contrário, encontramos foi burocracia para ter liberação das praças, por esse processo de privatização dos espaços públicos.
Mesmo assim fomos ganhando espaço e sendo convidados para se apresentar em diversos eventos, entre eles a Feira Literária Internacional do Xingu- FLIX.
Na FLIX, fizemos de nosso stand, uma galeria de arte. Expomos nossos fanzines (livros artesanais) que, diga-se de passagem, teve muita aceitação do público, e uma exposição de desenhos e fotografias d@s Artist@s A Flor, Devaneios e Soll. Essa exposição debatia a questão da mulher na sociedade contemporânea. Sendo a tônica a liberdade e a oposição à mordaça ao corpo feminino.
Essa exposição chamou muita atenção do público durante a FLIX. E cumpriu o papel de uma obra de arte, causar o espanto e à partir disso uma reflexão sobre a temática.
Mas também, infelizmente foi mal compreendida por parte do público que não se despôs a imergir no universo ora exposto.
Diante disso a exposição foi denunciada por haver pornografia, e imagens ofensivas. Assim, no dia 03 de Novembro por volta das 11h30 o Ministério Público acompanhado de um policial militar foi ao stand para fechar a exposição.
Ao averiguar, de maneira muito sóbria e coerente o representante do MP verificou que não havia nenhuma obra que ofendesse a população. Mas ainda assim sugeriu que retirasse umas das obras, mais polêmicas de autoria da artista Devaneios. O Coletivo se posicionou de maneira contrária, dizendo que se uma obra fosse retirada toda exposição perderia o sentido, visto que é um conjunto inseparável. Por fim, a exposição seguiu seu curso.
Esse episódio é muito preocupante uma vez que é contrário a liberdade da expressão artística. Uma obra não pode ser censurada por pensamentos conservadores embebidos de hipocrisia. Essa mesma sociedade que ver pornografia numa obra artística é a mesma que se cala diante da corrupção, que posta foto de corpos jorrando sangue nas redes sociais, e que considera normal a submissão da mulher pelo homem, compactuando assim com o feminicídio. Em suma compactua com a violência!!!
Nós do Coletivo de Poetas Marginais seguiremos produzindo arte sem qualquer tipo de mordaça. Consideramos que um dos papéis da arte é trazer para o centro do debate questões cruciais da sociedade, mesmo que para isso tenha que enfrentar essa camada da sociedade que se trajam de santos, mas defendem a morte contra os menos favorecidos.

Nossa arte é acima de tudo uma expressão de amor à liberdade!