Já está tudo
na mala, nas caixas, num canto da sala. Nos resumimos a isso, nossos olhares
não conseguem se quer se encontrar.
Parado, perto
da porta, recordo-me da primeira vez que nos entramos aqui. Naquele momento,
não era apenas uma casa, víamos sonhos e planos.
Entre
abraços, beijos e risos, criamos nosso paraíso, por um tempo fomos apenas um.
Quanto foi bom, nem você, tão pouco eu conseguiremos mensurar. Pena, o nosso
tempo passou.
Além das
caixas e mala, levo também tudo que valeu a pena viver. Nosso café da manhã,
quando você surgia na cozinha vestida com minha camisa e mordia uma maçã. Os
encontros de famílias improvisados, os risos forçados de uma piada qualquer. A
lua cheia que tomamos pra nós.
Não há
pesares, valeu enquanto durou...
Não levo nada
além de meus pertences pessoais, que estão embalados. Os outros estão no meu
coração, na minha mente, fazendo-me outro ser. Sem fotos, apenas fatos, minhas
recordações são vivas tanto quanto nós.
Não
perguntarei o que não podes responder. Assim como vou, sigas também. Monte
outros álbuns, sinta novas paixões, evite as aflições, e repita os gritos na
chuva, sedenta de amor.
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