Sábados
Tem cheiro de saudades
Iniciam sempre com a mesma cor
E o sabor do café da manhã de minha avó
As folhas dos pés de manga
Caídas no quintal
Empurradas pelo vento
E pela vassoura
Até imitam a chuva
Sento
Abraçando minhas pernas
E ouço
Passos, assobios, panelas batendo
Sons de animais
Me enxergo correndo no quintal
Risonho e desajeitado
Num rádio à pilha
Toca Belchior
Embalando as viagens de um maluco beleza
As noites
Regadas à histórias de meu tio
Pego as estrelas na mão
Os sábados
Tem cheiro de família
Da saudade de minha mãe
Os sábados
Fazem o rio de meus olhos transbordarem...
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