Tornei-me
pai aos quinze anos. Um pai fora do comum, pai da minha sobrinha.
A PRINCCESA |
Minha
imã engravidou aos 16 anos, e infelizmente como é de costume, o homem foge da
responsabilidade. Ela continuou morando na casa da minha mãe como deveria ser.
Sempre
fomos uma família unida. Minha irmã deu a luz a uma linda criança, Aline. E me
apaixonei por aquela bebê na hora que a vi.
O
tempo foi passando e eu juntamente com minha mãe ia ajudando minha irmã a
cuidar de Aline. Aos poucos ela só dormia em meus braços. Quando ela acordava a
noite, eu que ia fazê-la dormir novamente. Nessa época eu era engraxate, e
quando eu chegava meio dia em casa que falava, Aline levantava-se cambaleando
no berço e ficava me procurando. Reconhecia minha voz de longe. E sem perceber,
ouvi sua doce voz me chamando de pai. Eu era apenas um moleque de 15 anos, e
tornei-me pai da minha sobrinha, minha Princesa sem perceber. Hoje vejo que foi
um presente pra mim.
A POROROCA |
Sete
anos depois veio a Rebeka, irmã da Aline também. Novamente o pai fugiu da
responsabilidade. Minha irmã voltou pra casa e deu a luz à mais nova membra da família.
Rebeka
foi crescendo e toda a família cuidando dela, dando amor e carinho, e acho que
por ela ver a Aline me chamando de pai, aprendeu também a fazer o mesmo.
Diferente
da Aline, Rebeka é uma espoleta, quer ser toda independente. Por onde passa faz
uma bagunça danada (kkkkk). Aí apelidamos ela de Pororoca (uma onda ocasionada
pelo encontro das águas do rio com as águas do mar). Um dias desse um amigo
nosso falou “Ei Pororoca!”, não deu nem tempo terminar e ela disse que só quem
podia chamar ela assim era o pai dela (EU).
Hoje
minha irmã tem um companheiro que mora com ela, e cuida muito bem da minha
pequena Pororoca, mais de vez enquanto ela me liga escondido da mãe dela e fala
“ Pai quando o senhor vem me buscar pra passar o dia contigo, a vovó, a Aline e
a Maria?”
Aos
23 anos, eu namorava uma moça e ela engravidou. Veio então a Maria Luiza!
O
meu relacionamento com a mãe dela não continuou, e veio a grande contradição,
tinha a minha filha somente aos fins de semana.
A GATA DO ZÓIO PODI |
Mas
sempre foram momentos que valorizei bastante. Ainda bem que sempre estive por
perto da minha mãe pra me instruir como trocar a fralda, a maneira certa de
fazer o mingau. Ser pai é um aprendizado constante.
Em
novembro Maria completa 5 anos.
Esse
ano ela passa a semana toda comigo e os fins de semana com a mãe dela. Por consequência
do trabalho de sua mãe, invertemos a ordem anterior.
Eu
chamo Maria, de Gata do Zóio Podi, acho lindo os olhos dela, e ela respondi “
para pai com isso” e começa a rir. Agora pouco ela me ligou e falou que me
amava um tantão.
Há
dois anos e meio atrás veio o Raimundinho, também outro sobrinho. Mora aqui em
casa. Danado!
Toda
hora está aprontando. E quando eu reclamo, ele pergunta se não amo mais ele.
Raimundinho
fica muito bravo quando eu chego em casa que tenho que sair logo, e diz “não
vai trabalhar não pai, brinca comigo”.
RAIMUNDINHO |
Na
verdade Raimundinho se chama Henrique Tauã, mas comecei a chamar ele assim e
pegou geral.
Tem
muita diferença em educar um menino e uma menina.
Posso
afirmar que a Princesa, a Pororoca, a Gata do Zóio Podi e o Raimundinho são
pessoas que entraram na minha vida pra me edificar. Sei que tenho muito que
melhorar, mais parte de minhas qualidades surgiram divido a existência dessas
quatro crianças. Sei que tudo que eu fizer elas estarão olhando e levarão
consigo pra sua formação e atitudes futuras.
No
dia de hoje, só posso agradecer pelo presente que é ser Pai dessas crianças! Já
ganhei beijos e abraços, declarações de amor que são de fato verdadeiras. É a
recompensa por ser um Pai presente! A melhor recompensa!
Gostaria
que todos os pais se dessem a chance de está ao lado de seus filhos, de crescer
e aprender junto de cada um. Eu estou me esforçando ao máximo.
É
triste ver homens que findam o relacionamento com as mulheres e esquecem-se dos
filhos que tiveram com elas. Pra ser pai não é preciso está junto com a mãe.
Parabéns
aos homens que de fato são Pai!
Parabéns
às mulheres que não tiveram escolha senão assumir o papel do pai que fugiu da
responsabilidade.
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