Fim de
tarde
O
sol se pondo,
Adentram
a casa
Um
homem e duas mulheres.
Pelas
frestas das madeiras, o sol saliente invade a residência.
O
trio
Se
olham
Comentam
coisas banais para quebrar o gelo.
As
mulheres de pele branca
Cabelos
pintados
Uma
de cabelos tão alaranjados quanto o sol se pondo.
A
mulher de cabelo curto
Dona
da casa abre a geladeira e tira uma garrafa de vinho
O
homem ajuda a servir.
Com
as taças de vinho nas mãos
Pensamentos
sincronizados,
E
olhares derrapando um no outro.
As
mulheres se aproximam
Triscam-se
e se atraem feito ímã.
Vestida
de blusa e saia florida
A
mulher de cabelos alaranjados beija a outra
Que
traja uma blusa longa e uma bermuda minúscula,
O
homem, atento, observa cada gesto.
Os
lábios sem batom tocam um no outro como se estivem famintas,
As
mãos correm pelos seus corpos.
Já
não é o sol que invade as frestas da madeira, mas a luz da lua,
No
dvd toca Zeca Baleiro.
Ao
som de versos perdidos
As
roupas vão ao chão ainda na sala.
Estão
de pé
A
de cabelo curto no meio dos dois, sendo beijada, amada, desejada.
A
lua ilumina a floresta lá fora
Dentro
de casa a chama dos corpos guiam os três ao endereço do prazer.
Dedos,
línguas, saliva, fricção, penetração, gemidos, apertos.
Toda
brisa do mundo sobre os três
Gozar
é uma viagem à liberdade
Na
hora do crepúsculo
Os
amantes se jogaram nessa estrada tênue
Onde
nenhum era digno de ser dono ou posse
Mas
de serem iguais e opostos
Dignos
do extasie sexual.