quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Saga do prazer


Fim de tarde 
O sol se pondo, 
Adentram a casa
Um homem e duas mulheres.
Pelas frestas das madeiras, o sol saliente invade a residência.
O trio
Se olham
Comentam coisas banais para quebrar o gelo.
As mulheres de pele branca
Cabelos pintados
Uma de cabelos tão alaranjados quanto o sol se pondo.
A mulher de cabelo curto 
Dona da casa abre a geladeira e tira uma garrafa de vinho
O homem ajuda a servir.
Com as taças de vinho nas mãos
Pensamentos sincronizados,
E olhares derrapando um no outro.
As mulheres se aproximam
Triscam-se e se atraem feito ímã.
Vestida de blusa e saia florida
A mulher de cabelos alaranjados beija a outra
Que traja uma blusa longa e uma bermuda minúscula,
O homem, atento, observa cada gesto.
Os lábios sem batom tocam um no outro como se estivem famintas,
As mãos correm pelos seus corpos.
Já não é o sol que invade as frestas da madeira, mas a luz da lua,
No dvd toca Zeca Baleiro.
Ao som de versos perdidos
As roupas vão ao chão ainda na sala.
Estão de pé 
A de cabelo curto no meio dos dois, sendo beijada, amada, desejada.
A lua ilumina a floresta lá fora
Dentro de casa a chama dos corpos guiam os três ao endereço do prazer.
Dedos, línguas, saliva, fricção, penetração, gemidos, apertos.
Toda brisa do mundo sobre os três
Gozar é uma viagem à liberdade
Na hora do crepúsculo
Os amantes se jogaram nessa estrada tênue
Onde nenhum era digno de ser dono ou posse
Mas de serem iguais e opostos

Dignos do extasie sexual.

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