sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Ode ao Amado de Pitá


Na noite passada tive um sonho
Mas pensa num troço tenso e medonho,
Eu tentava acordar
Mais aí é que a trama danava em se enrolar.

No sonho
Eu estava numa cidade governada por um ditador
Era algo estranho
Pois em plena democracia
Imperava os desmandos de um tal Doutor.

A criatura
Filhote da ditadura
Tinha sido prefeito-interventor indicado por um general
Naqueles tempos sombrios era ato normal.

O país se democratizou
Mas o dito Doutor
Não inventou firula
Continuou com sua ditadura na cidade do intetior.

Até hoje ele é prefeito
De vez enquanto sai, dá um descanso
Mas volta no próximo pleito
Pensa num sujeito
Que em manter o poder é manso.

No sonho era época de eleição
A cidade em rebuliço
Até parecia que havia chuva de corisco
Por aquele chão.

E adivinha...

O danado queria se reeleger
Viciado em abusar do poder
Obrigava os funcionários da prefeitura
Acreditem, na cara dura
Fazer campanha pra ele.

Não dispensava ninguém
Professor, diretor, servente
Secretário, coordenador ou assistente
Findou o expediente
Todos de santinho na mão
Eram obrigados a ir de casa em casa
Dizendo
- Vote no Doutor, ele merece reeleição.

E não adiantava dizer que ia
Os assistentes do ditador insistia
- Ou vai ou será demitido!
E como ninguém é doido varrido
Imagina o que acontecia...

Era tamanha a opressão
Que todo cidadão
Se trabalhasse na prefeitura, não importasse a repartição
Teria que vestir vermelho.

E  no meio disso tudo
Havia quem gostasse com louvor
Afinal se empanturravam na rebarba do Doutor.

Os puxa-saco do ditador
O bajulavam sem pudor
Pintavam até o cabelo de vermelho
Pra mostrar que era incondicional
O apoio ao Doutor do Mal.

E nessa hora o bicho pegou
Queriam me obrigar a pintar o cabelo
Com a cor preferida do ditador.

Subi num palanque na praça
E o povo fingindo achar graça
De todo aquele desmantelo
Gritei: abaixo a ditadura
Me joguei daquela altura

E num susto me acordei do pesadelo.

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