Somos
a
facção Comando Pó(esia)
A
comunidade fecha com a gente
O
nosso produto vicia, mas não deixa ninguém doente.
Tá
todo mundo seguro, tem arma pra população
Calibres
pesadíssimos, traficante de informação.
Logo
na esquina Fazendo a contenção
Tem
um pivete Portanto um Leminski na mão.
Na
construção
Na
hora do almoço
O
ajudante de pedreiro nem cochila
Puxa
um Drummond da mochila
E
partilhou com seus parças
A
viagem dos versos parecem samba na praça.
Na
sala de casa
A
mãe injetou na veia Ana Cristina César,
Esse
negócio prende mais que cadeia
Na
casa do lado
A
vizinha consumindo Ferreira Gullar
Nem
percebeu o seu filho entrar
A
porta abriu
E
ele
com uma arma parecendo um fuzil,
Era
um Hilda Hilst de 320 páginas
E
gritou: Pó(esia)
é arte
Indecência
é a corrupção no Brasil.
Tá
afim de uma parada,
Mano,
mona, mina,
E
tá sem grana pra comprar
Troco
o meu Clarice Lispector
Pelo
teu Suassuna, que tu acabou de inalar.
Tudo
zica
Pensamentos
pulsando
Descobrimos
que o conhecimento liberta
E
por isso nossa facção não tem ninguém vacilando.
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