quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Traficando pó(esia)


Somos a facção Comando Pó(esia)
A comunidade fecha com a gente
O nosso produto vicia, mas não deixa ninguém doente.
Tá todo mundo seguro, tem arma pra população
Calibres pesadíssimos, traficante de informação.

Logo na esquina Fazendo a contenção
Tem um pivete Portanto um Leminski na mão.

Na construção
Na hora do almoço
O ajudante de pedreiro nem cochila
Puxa um Drummond da mochila
E partilhou com seus parças
A viagem dos versos parecem samba na praça.

Na sala de casa
A mãe injetou na veia Ana Cristina César,
Esse negócio prende mais que cadeia

Na casa do lado
A vizinha consumindo Ferreira Gullar
Nem percebeu o seu filho entrar
A porta abriu
E ele com uma arma parecendo um fuzil,
Era um Hilda Hilst de 320 páginas
E gritou: Pó(esia) é arte
Indecência é a corrupção no Brasil.

Tá afim de uma parada,
Mano, mona, mina,
E tá sem grana pra comprar
Troco o meu Clarice Lispector
Pelo teu Suassuna, que tu acabou de inalar.

Tudo zica
Pensamentos pulsando
Descobrimos que o conhecimento liberta

E por isso nossa facção não tem ninguém vacilando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário