segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Quando vi meus amigos indo...


A sociedade tem que tomar uma atitude
Precisa urgentemente
Abraçar sua juventude,

A rapaziada quer aproveitar a idade
É do seu ímpeto querer rodar pela cidade,
Compartilhar alegria e curtir sem caô
Namorar, se expressar em amor.

Uma tatuagem no braço
Ou um brinco na orelha
O que isso quer dizer?
Apenas que o moleque tem atitude,
Ele não quer roubar você.

Mas pena que aí vem o preconceito
E digo à todos,  não tem jeito,
Se a sociedade não os abraça
O mundo vai lhes acolher

Todo dia mais um soldado pra facção
Todo dia mães perdendo filho
Irmão matando irmão,
E eu me pergunto
Quem vai envelhecer dessa geração?

Um dias desses questionei um parça lá do Jatobá,
Mano, quando tu percebeu a violência aumentar?
Com os olhos marejados ele me respondeu
Quando eu vi meus amigos indo...
Eu já até perdi as contas de quantos morreu.


Já fiz todos os cálculos e não tem solução
Finda todo mundo morto nessa equação
O Estado não protege
E da sociedade só vem condenação.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Tu és o bloco

Lorena Patriota/ Fotografia de George Paez
Parece que o carnaval chegou
Nas ruas já têm folia
Os sorrisos transcendem em fantasia
Até sinto que Noel Rosa voltou

Tem marchinha nova pra tocar
Já ouço tua voz cantar
Tu és o bloco
Que minha avenida espera passar.

Canta e chama o folião
Faz esse povo pular sem parar
As ruas são teu salão
Derrama alegria
A esse povo que o dia-dia
Só os tem feito chorar.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Quero a esperança das Mães do Xingu

Foto de Lilo Clareto

São as águas do Rio Xingu
Que geram energia
Ou o sangue de inocentes
Que é derramado noite e dia?
Ainda não entendi o progresso da barragem
Aumentou a pobreza
Estuprando a cidade,
E com toda sutileza
Nos mostrou a face da maldade.
É uma pá de vidas interrompidas pra lembrar
Mais parece um listão de vestibular
Mas a parada é que lhes tiraram a oportunidade de sonhar
Enzo
Gabriely
Lu Brasil
Claudinei Bezerra
Pedro Henrique
Roterdan Dias
Geraldo Serafim
João Carlos
Lucas
Anderson
Telma
Magid Mauad
Artur Teixeira
Paulo Ricardo
Não são somente essas vítimas que temos pra citar
Não são só esses jovens que presenciamos a violência levar
Mas o medo de tantas famílias deixou a dor calar,
Quantas Mães do Xingu
Teremos que ver chorar?
Meu Deus que mulheres de garra
De onde elas tiram força pra ficar de pé?
Meu Deus eu vi o seu rosto na face de cada mulher.

A violência da barragem
Não pode seguir matando
Quero a esperança das Mães do Xingu
Pra minha Altamira seguir sonhando.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O dia amanheceu tão belo

O dia amanheceu tão belo
Muito propício pra dizer te amo.

Estou indo te encontrar.
Esqueça todos os compromissos estressantes
Que só te rouba a vida e diminui sua beleza,

Vamos sair
Tomar um café, um chá, ou um chocolate quente
Vamos sentar e ver a beleza ao nosso redor,

O dia amanheceu tão belo
Quero teu olhar pra não me perder
Quero sentir a emoção de viver
De amar sem nada temer.

Esqueça tudo ao menos hoje
Abandone as dores,
Esqueça os horrores do mundo
Experimente outros sabores
Meu coração preparou um Te Amo que tua boca nunca sentiu.

Já sentiu o cheiro das flores
Chegando aí?

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Condenação sem prova Não é novidade


Condenação sem prova
Não é novidade
Basta ser preto em qualquer cidade
Desse Brasil racista,

Temer
E Aécio
Bandidos que deixaram mais que pistas
De atos de corrupção
Não são condenados a nenhuma prisão,

E você vai comemorar
A condenação de Lula,
Achando que está havendo justiça?
Deixa de preguiça
E vai estudar

No Brasil de golpistas
Nenhum ato desse circo vai te beneficiar

Todo esse teatro
Pra te enganar
Não passa de armadilha pra ti escravizar,
Sorria
Essa elite branca estão levando tua aposentadoria.
Direitos trabalhistas já saca né
É apenas história pra contar.

As antenas já captam no ar
Essa elite que condena Lula
É a mesma que assassina
Os trabalhadores, pretos, jovens, mulheres, homossexuais,
Sem nenhuma vergonha de se mostrar.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Mais uma escola assaltada





Mais uma escola assaltada
Uma arma apontada
Pra cabeça das professoras

A violência avassaladora
Não tem educação
Atropela os mestres
Educadores desta nação.

Educação desvalorizada
A arma sempre esteve apontada
Um contra-cheque de envergonhar
Doença adquirida na docência, e sem condições pra se tratar,
Ausência de oportunidade pra se qualificar

O “maluco” apontou a arma
Levou documentos
Celulares, alianças
Levou esperanças
De um novo dia raiar

As professoras que deveriam professorar transformação
Agora tremem a mão
Com medo de uma nova invasão
Na escola que tem abandono e evasão
Dos “caras” que segura o três oitão

O Estado, o Eunuco do capital
Sorri diante de todo esse mal.
Não é culpa do governador
Muito menos do prefeito,
Mas eu lhes pergunto que foi eleito
Prometendo cuidar
Da segurança e da educação do povo desse chão?

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Minha boca te louva

Modelo: A Flor

Me curvo
Em reverência,
E minha boca
Te louva.

Seu olhar
Guia-me
Em teu labirinto
Que não desejo sair.


Em romaria
Nas esquinas dessas terras santas
Alcanço o milagre
Que vim buscar.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Bolso nada


No meu
Bolso nada,
No da violência que
Come gente
O nosso dinheiro.
No seu
Bolso nada
Mas a mente
Enganada
Pensa que terá um lugar na casa grande,
E envenenada destila ódio contra seus irmãos.
Nesse
Bolso nada
Furada
Para tolos,
Suicídio.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Medo dos homens de bem

Madrugada
A insônia entrou pela janela do meu quarto

Minhas filhas dormem
E penso no perigo que elas correm
Por terem nascidas mulheres

Ontem,
Mais uma mãe chorou,
Uma filha foi assassinada pelo marido.

Te amo
E se não pode ser minha
De mais ninguém será!

Um relacionamento de amor
Na verdade é um contrato de posse
Do homem sobre a mulher,

Minhas filhas não farão parte desse latifúndio.

Mas o discurso do ódio
Camuflado de bom-moço
Tem passeado sorrateiramente semeando dor.

Agora em nome da honra e da moral
Matam livremente

Que doença é essa que vivemos
Em tempos tão modernos?

Minhas filhas dormem
Hoje estão protegidas...

Mas
Pela honra
Pela moral
Pela família
Nesse instante mais uma mulher foi assassinada,

E eu não consigo dormir
Os assassinos delas me assombram
E pra aumentar o meu medo
Eles são homens de bem.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Leveza Visceral

Fotografia de Soll Sousa,  Modelo: Aíra
Suspiros
Ecoam,
A floresta
Abraça
Abrisa
Assobia
O Xingu
Deseja te banhar.

Lírio
Cadente,
Afresco.
Michelangelo
Deseja-te num teto santo.
Tua elegância matemática
Seduz
Os olhos do mundo.
(P)Aíra
Leveza visceral,
Ardente...

domingo, 14 de janeiro de 2018

Temos mais uma morte pra chorar

Temos mais uma morte morte pra chorar
Temos mais um corpo pra velar
Temos mais uma família de luto
Escuto
Lágrimas rolarem
Rostos se tornaram mares
De dor
A vítima dessa vez foi uma mulher
E vem a pergunta infame,
A próxima qual é?

Estamos igual jogos vorazes
Cada um torcendo pro seu clã
Vivemos uma doença
Que não tem divã
Que possa curar
Talvez por isso tanta necropostagem no ar.

Tempos difíceis
Ser machista tá na moda
Assim os índices de feminicidios
Tá foda
Segue um crescimento exponencial

É, nossa sociedade vai mal
Mas vai ver quem tá lucrando com isso
O Senhor Capital

A polícia nenhum crime consegue elucidar
Que dirá prevenir
Enquanto isso empresas de segurança privada se proliferando por aí.

Lá no planalto central
Políticos financiados por milicianos
Um certo delegado e tantos outros fulanos
Posam de combatentes do mal
Mas no fundo são abutres, tornando o assassinato algo banal.

Por Gabriela
E por todas as filhas brutalmente assassinadas
A sociedade não pode ficar parada
É desumano ficarmos feito platéia, sentada.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Há mar em mim

Sheila
Há mar em mim
De amor sem fim

Sou templo de um Deus
De infinita bondade.

As pedras das estradas atacando meus pés
Os beijos de traição
Os punhais que atravessariam meu peito
Dias de noites intermináveis,

Forças Ele me dá para vencer.

A fortaleza que enxergam em mim
É apenas o abraço desse Pai de amor.

De olhos fechados
E coração aberto,
Agradeço-te, Oh Deus!
E rogo,
Habite-me sempre!
Teu amor liberta.
Sou luz!

E meu sorriso é pura felicidade,
Teus desígnios
Leva-me à paz plena,
Não ando só

A fraternidade é um ventre de amor

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Olhares

Fotografia de Soll Sousa, Modelo: A Flor

O deserto de teus olhos
Me dá sede de habitar o horizonte que ele avista.

A metrópole em meus olhos
Não dorme.


O seu deserto
Poesia

Minha metrópole
Solidão.

Se esses olhos
Colidirem

Seremos um
Lar de Maravilhas.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Vivê-la é necessário


Curvas feitas pelas mãos de Ingres
Da cor da noite
Com perfume da primavera inteira,
Excitante.
Ao pé do ouvido
A boca canta o infinito
Doses etílicas de seu toque
Aquece qualquer corpo,
Bússolas quebram
A (in)responsabilidade direciona o limite.

Liberdade, em teus fartos seios
Perder-se é quase fatal
Vivê-la é necessário.

Frágil,
Num toque errado, trava,
E horizontes tornam apenas linhas retas.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Feito o Ambé

 
Fotografia de Anderson Barbosa


Feito o Ambé
Que sempre corre pro Xingu,
Assim são meus passos
Que incorrigívelmente sempre me levam à você.

E você, agora rio barrado (lago)
Quando se enche dos outros amantes
Se volta pra mim,
Fico sem liberdade até de querer-te.
Teus excessos não me satisfazem
Desejo-te natural da maneira que meus olhos te encontraram à primeira vista.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O sagrado Amor

Sheila e  um de seus amores

O sagrado
Amor
Que até Cristo provou
É incomparável,
Torna toda mulher uma santa.

De seu corpo-terra,
Vida!

O elo
Umbilical,
Apenas símbolo
De uma suprema ligação
Intransponível.

Mulher que
Atravessa o infinito semeando
Esperança, seus filhos colhem.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Quando te peguei no colo

Elis Pereira Vitoriano (Tulipa)
Se há alguém com o dom de ouvir a voz do coração
Já deve ter me denunciado por perturbação do silêncio alheio,
Pois o meu, faz um carnaval desde que ti vi.
Esse coquetel de tranquilidade e folia
É muito louco.

Quando te peguei no colo
Parecia que eu estava sentado às margens do Xingu
Contemplando o pôr-do-sol, comendo algodão doce.
                         Sensação inexplicavelmente catártica.

E logo em seguida
O extasie,
Levava-me à uma alegria tão imensa
Que eu era a avenida inteira.

Ah, minha Tulipa!
Quanto amor tu fazes primaverar em mim,
Quanta felicidade nesse jardim.

A paz de meu colo será lugar cativo de teu repouso.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

X

Navegar é preciso
Se, e somente se, 
Sabe-se aonde quer chegar. 
Viver, sim,
É uma viagem.

Essa falsa noção, balsâmica


Que invenção maravilhosa é a medida do tempo!
Nos dá a mágica sensação de poder zerar
Segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos,
Podemos, assim retomar ou fazer um novo percurso com novos ou até mesmo antigos planos,
Nos permite a idéia de recomeço.

Essa falsa noção, balsâmica
Tem a exclusiva finalidade de nos manter vivos, esperançosos.

Eu mesmo fiz uma lista para esse ano novo, com planos a cumprir,
Dentre os quais
Enumero a pretensão de amar sem dá atenção ao tempo
E se olhar para o relógio vai ser para cabular os segundos e minutos em favor de uma boa prosa regada à café, chá ou um vinho barato.

A antítese fim e começo
Me trás o imperativo:
Chegamos ao fim
Para recomeçar.

O peso do tempo sobre meus ombros
Deixa-me assim enuviado
Entre medos e esperanças.