Descobri que sou
preto
Agora sei dos
irmãos em Soweto,
Das vítimas da
chacina da Candelária
E que devido a
cor, nossa pele é alvo certo pra navalha.Nariz
Os lábios grossos
Sempre neguei
Quanto à pele, moreno.
Por muito tempo o país branqueei.
Vi as minas se encontrando nas chapinhas
Os manos em cortes de cabelos na um
Eu enquadrado no sistema
Assistindo o extermínio de outros pretos
Dizendo menos um.
Descobri que sou preto
Agora com o cabelo black
Dô o toque pros muleques
Não admita chacota, nem apelidos depreciativos
Por conta de sua cor.
Na verdade, aceitei - me como preto
Porém, o peso dessa aceitação
É o mesmo que lutar contra a crucificação
Agora enxergo o preconceito.
Aceitei- me como preto
E não finjo mais não ver
Toda a exclusão racial.
Black Power,
Mudei, me aceitei
Hoje
O preto que sou é um nego nagô.
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