quinta-feira, 27 de junho de 2013

Por Direitos Já!!

Hoje é o dia
Esta é a hora
As avenidas são nossas.
Vamos pras ruas por direitos já!!
Ocuparemos a cidades, a nossa cidade
Por Um sistema de saúde público de qualidade.
Por salas de aulas de verdade
Onde alunos e professores sejam tratados como gente.
Por um trânsito com mobilidade
Que as ruas não sejam um faroeste em tempestade.
Que a juventude possa sair
Se divertir e poder rir, sem medo do extermínio juvenil.
Vamos pra rua
Por moradia
Por direito já, a uma verdadeira cidadania
Para que a qualidade de vida seja uma garantia
Não algo apenas que fique no campo do que “eu queria”.
Hoje vamos pra rua
Ao lado de Mônica’s e Antonia’s
De Lázaro’s e João’s
Que é povo e sentem a dor
Minha e dos meus vizinhos
E até dos que agora estão
Cumprindo o papel de opressor.
Vou pra rua
Porque eu me represento
E digo:
Já não mais aguento
Tanta negação!!!!
Negam-me o pão,
Cultura, liberdade de pensar,
E me obrigam a sobreviver.
Hoje vamos pra rua

Por DIREITOS JÁ!!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Mercadores da miséria

Seu luxo vem do sangue
Dos que vivem do lixo
Parasitas-humanos
Se alimentando do homem-bicho.

Criam a dor
Também o analgésico
Nos jogam no frio
Pra nos doar um cobertor.

O nosso provento é mínimo
Não nos garantem o básico
E depois veem nos comprar com arroz é feijão
Posando de donos da solução.

Financiam a violência
E em seguida discursam sobre segurança
Pra máfia batem continência
Nós no medo
Eles pagam por vigilância.

Nos baixões , o retrato do abandono total
Sem água de qualidade
Nunca nem ouviram falar em saneamento,
Os mercadores da miséria
Sabem a importância do esquecimento.

Pra cada morte negligenciada
Responsabilidade de Deus
Coloca-se a culpa em quem não irá reclamar
Protegendo os engravatados que vivem como star.

Fome, frio, relento,
E todas outras mazelas
Planejadas como se fossem monumentos
Por eles, Mercadores da Miséria,
Pra nos manter estáticos
Como se a vida fosse um estacionamento.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Te Esperando na Rua

MARCHA PELA PAZ EM ALTAMIRA
Um segredo:
Estou indo te roubar pra mim.
Cansei de invejar o tempo
Que te manteve longe daqui.
Pois a conheço dos livros de história,
Agora estou indo te roubar pra mim.
Preciso ver-te
Realidade
Outro país
Uma nova cidade.
Já estou na rua
Correndo pra abraçar-te
És minha paixão desde sempre
És meu meio e meu fim.
Já tem bandeira hasteada
Uma linda faixa pintada
Palavra de ordem entoada
E a avenida está toda tomada pelo povo esperando sua chegada.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Esses Dias

Nestes dias de cão
Todo mundo é caça
Ninguém te estende a mão
E o coro é de desgraça.

O professor esfaqueado
O povo toma a avenida
Ele hospitalizado
E o fato é curtido, comentado e compartilhado.

A tragédia vira manchete
Alimentando a estação
Valorizando o preço de um horário
É a barbárie em leilão.

Cada facada uma fatia
Cada cena uma agonia
De quem sabe viver o dia
O seu último dia.

Percebemos então
Que no trabalho ou no ócio
Vida e  morte são sócios
Tentando nos abraçar.

E a vida é uma criança travessa
Quem não tem força que enlouqueça,
Ou então caminhe bem devagar
Sendo o remédio de tudo, o verbo amar.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Esse rio, Esse Xingu

Esse rio
É meu mar
É minha lenda
E o que meu coração cantar.

Ele canta a labuta
Do operário ao pescador
E sangra as dores
Causados pelo homem opressor.

Esse rio refletindo o céu
Desdenha do infinito
Reduzindo-o a um carrossel.

Esse rio,
Meu Xingu
É o feito de vida
Das mais simples
Até as mais sofridas
Povo aguerrido
Outro milagre esculpido.

Esse Xingu
Veia exposta
Desse corpo Terra
Também é campo de guerra
Entre o povo e as forças do Capital.

Esse Xingu
Banha a utopia
De um povo que preferiria
O progresso coletivo
Que o acúmulo da riqueza por uma minoria.

Esse rio Xingu
É cantiga de mãe solteira
É refugio nortista
Uma linda fonte dessa nação brasileira.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Que Me Chamem de Puta

Um riso verdadeiro
Um olhar primeiro
Motivando-me a ficar.

A conversa franca
Um toque que me arranca
Arrepios involuntários.

Meio nervosa
Um beijo fogoso
Me libertando do mal:
A repressão sexual.

Um tanto ofegante
Já muda o semblante
Sem a imagem vestal
Agora meu sangue é puro carnaval.

E vai diminuindo
O medo
De viver e de amar
E o tamanho da saia que ia no calcanhar.

Mudo
Pra não ser muda
E não carrego nenhuma culpa
Por conseguir me libertar.

Nunca quis ser santa
E que me chamem de puta
Não abro mão dessa luta
Do direito de gozar.

Eu não era,
Fui transformada na mulher da clausura,
Antes despertava fissura
Agora me julgam
Porque voltei ao normal.

Era uma instituição falida
Com lindas grades polidas,
Brilhando pra disfarçar o mal.

Hoje usam jargão
Qualificando-me de acordo com minha ação,
Mas, que me chamem de puta
Só não vou ficar numa prisão.

Sou mulher
Tenho o direito de escolher
Como ser feliz,
O modo de viver.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Tudo Mudou

Meu mundo mudou,
Pois minha mente mudou
E minha fala cessou.
Quem eu sou?
A resposta eu não sei.
Para onde eu vou?
Não me importa saber,
Ser previsível me cansa,
Me faz sofrer.
Confirmei que não sei de nada,
Agora procuro aprender.
O poema que recitaste
Ainda não cansei de lê.
Sedentário não sou mais
Aprendi a viajar,
À companhia de Fernando Pessoa
Vou a qualquer lugar.
Procuro a perfeição
Sabendo que não vou encontrar,
Mergulho no lago
Imaginando está no mar.
Duvido de mim mesmo
E alimento uma ilusão,
O céu é meu teto
E a cama é o chão.
Todas as verdades estão para dúvidas
Assim como,
Você está para um enigma.
Tal proposição não consigo resolver,
Como o problema foste tu quem me apresentaste
Devolvo a você.
Meu mundo mudou,
Nele agora tem
Céu,
Lua,
Estrela,
Flor.

(Para a pessoa mais inteligente que eu conheci até hoje. Este texto foi escrito há quatro anos atrás para uma pessoa muito especial...)

Engrenagem

Tomo teu beijo
Como um copo de vinho
E como num cortejo
Caminho com propósito na mão.

Ao deleite da criação
Somos todos irmãos tentando nos consumir
Lutando pra ser o primeiro
A ter o que está por vir.

Uma moda
Uma nódoa
Um nada
Nosso tudo de agora.

Nessa engrenagem
Obcecados
Ressecamos
Nosso lubrificante vital:
O amor.

E nessa guerra cotidiana
Teu beijo me humaniza
Como numa prece que exorciza
O mal interior.