sexta-feira, 7 de junho de 2013

Que Me Chamem de Puta

Um riso verdadeiro
Um olhar primeiro
Motivando-me a ficar.

A conversa franca
Um toque que me arranca
Arrepios involuntários.

Meio nervosa
Um beijo fogoso
Me libertando do mal:
A repressão sexual.

Um tanto ofegante
Já muda o semblante
Sem a imagem vestal
Agora meu sangue é puro carnaval.

E vai diminuindo
O medo
De viver e de amar
E o tamanho da saia que ia no calcanhar.

Mudo
Pra não ser muda
E não carrego nenhuma culpa
Por conseguir me libertar.

Nunca quis ser santa
E que me chamem de puta
Não abro mão dessa luta
Do direito de gozar.

Eu não era,
Fui transformada na mulher da clausura,
Antes despertava fissura
Agora me julgam
Porque voltei ao normal.

Era uma instituição falida
Com lindas grades polidas,
Brilhando pra disfarçar o mal.

Hoje usam jargão
Qualificando-me de acordo com minha ação,
Mas, que me chamem de puta
Só não vou ficar numa prisão.

Sou mulher
Tenho o direito de escolher
Como ser feliz,
O modo de viver.

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