Te vi tão pequena
Embalando uma boneca
Fingindo ser mãe
Fazendo a nenê tirar soneca.
Agora,
Não é mais uma boneca
Deixou de ser brincadeira
Com uma criança no colo
Dando mamadeira
Não é mais diversão.
O pai da brincadeira
Não ficou pra obrigação
Nos braços uma criança
Nas costas muita responsabilidade
Requerendo-lhe muita maturidade
Muita coisa pra pouca idade.
Clama a criança por uma atenção
Clama a mãe pra alguém estender a mão
Falta leite, a fralda
E vem a desnutrição.
Pobre menina-mãe
Muitos dedos lhe apontando
Julgamento exacerbado
E muitos sonhos frustrados.
Pulou uma etapa
Mas essa não dá pra saltar
Escarnecida ou não terá que aguentar.
Vejo-te menina
Bruscamente transformada em mulher
Metamorfose que nenhuma outra quer
Mas que as atitudes
Lhes pegam pelos pés.
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