Quanta ironia, eu me sentindo solitário
aqui neste quarto. Lembro-me que antes exaltava-me por gostar de está só, mas
nunca havia estado sozinho. Quando a conheci sempre procurava uma forma de
ficar só, pois ficar sozinho era estarmos apenas nós no nosso mundo secreto.
Mas somente hoje percebi o que é está sozinho de fato.
A solidão é uma eterna noite
fria, descobri isso nesse exato momento, sentado na cama onde outrora nos
despimos de nossas roupas para nos cobrirmos de amor. De tudo vivido entre nós,
restou-me uma fotografia e as estrelas como companhia. Resumidamente, só as lembranças
ficaram.
Pra quê lembranças? Eu só queria
na verdade ou tê-la novamente ou esquecer toda parte da minha vida no qual ela
estava presente. Não quero ficar só com as lembranças, elas são punhaladas
covardemente deferidas no peito de um pobre indefeso. Uma amnésia seria bem
vinda, não sentiria tanta dor, assim não acertaria este endereço de hotel, as
músicas não viriam ao meu ouvindo como se fosse a voz dela sussurrando baixinho
o meu nome.
Devem está se perguntando quem é
ela. Dizer que é uma linda jovem de 26 anos, chamada Sol, é muito sucinto. Mas
o importante é todos saberem que ela se tornou verbo pra mim, de um modo
avassalador entrou na minha vida, passou a fazer parte de todos os meus planos,
na verdade ela era todos os meus planos do principio ao fim. E partiu do nada.
Nenhuma mensagem de adeus, nada. Uma mensagem de despedida no celular, no face,
ela tinha tantas forma para dizer adeus, mas preferiu a mais dolorosa, o
silêncio.
Agora vago tristonho nessas
vielas diariamente, por entre os vagabundos, para chegar a este quarto onde nos
encontramos por diversas vezes. Venho aqui, porque esse quarto exala o cheiro
dela, é muito real, há momentos de ter a sensação de vê-la sorrindo, fazendo
aquela cara capaz de me deixar totalmente rendido.
Quanta solidão meu Deus! Como
sair dessa? Tudo que tenho é uma foto e milhares de lembranças. Não quero isso
pra mim, descobri que na verdade nunca quis ficar sozinho, eu não tinha ninguém
pra sentir a ausência.
Do quarto vizinho, ouço Zeca
Baleiro cantando Telegrama, vou me deitar, quem sabe eu durma e quando acordar
aconteça comigo igual ao cara da canção.
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