domingo, 30 de dezembro de 2012

Ano Novo,Ser Novo

Nesse ano novo
Desejo que eu, o povo,
Se revigore e continue na batalha
Que ninguém desista da peleja
Mesmo havendo falha.
Que o sentimento coletivo
Seja de fato vivido
Jamais algo abstraído
Do cotidiano individual.
Nesse ano,
Que eu seja novo
Sem medo de voar,
Reconheça em meus atos a importância de amar.
Não posso almejar nada do ano vindouro
Se eu não ser esperança
Negar-me a fazer parte da dança
Dessa festa chamada vida.
No ano novo
Serei luz,
E nessa onda eu possa irradiar
Na maior intensidade possível a novidade que eu quero ver,
A transformação.
Vem 2013
Que eu me renovo pra ti receber!

Dor e Temor


Eu, muitas vezes desafortunado
Hoje, mais ainda,
Porque longe do meu amor
Estou banhado de temor
Na eminencia de perdê-lo.
Nesse instante
Procuro um único motivo pra não chorar,
E não encontro,
Há um vácuo infinito causando dor
Advinda do fracasso
Impotência gerada da minha falta de condições
Ou coragem pra ti dizer:
- Não vá, cuido de vocês!
O tempo como não retrocede e não perdoa
Também agora é o responsável por sarar essa dor aguda.
Dessa partida perigosa de dois
Com retorno no máximo de apenas um
A espera é incerta e dolorosa
E continuo sentado na varanda
Esperando meu amor voltar
Pra dar-me um abraço capaz de me acalmar
De aliviar essa dor, de arrancar esse temor.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Antologia Poética Nacional- Poesias Encantas V



Adeus Maria!


-Maria morreu!
-De quê?
-Sabe-se lá,
Dizem que de morte morrida.
Na verdade
Ela estava sozinha,
A pobrezinha nem foi socorrida.
Morreu a bondosa Maria!
- Ontem estive com ela!
Imensa essa dor,
Pedi minha pobre donzela- dizia o namorado.
Maria era minha prometida
Agora me resta apenas a despedida
Infelizmente se foi Maria!
Se eu previsse o acontecido
Não duvides que com ela eu estaria.
Oh incomparável mulher!
Sem ti quais motivos tenho para está de pé?
Estou indo à igreja,
Não mais para com ela me casar
Mas pra coloca-la meu último olhar.
Meu Deus
Qual o motivo de viver
Se a mulher que amo levaste pra Você?
Perdi minha Maria
Agora, resta-me um cortejo
E uma fúnebre sinfonia.
Adeus Maria!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Voo


Sentado da varanda de casa
Admiro os pássaros
Em voos rasantes
Cheio de razões pras ser perigoso
Mas na verdade é o gozo da liberdade
Desfrutado por eles nessa cidade
Onde os humanos estão presos
Presas fáceis de si mesmo.
Enquanto alçam voo
Nós acorrentados em compromissos que nos levam a lugar nenhum
Só os admiramos numa inveja sem fim.
Pois toda essa sobriedade
Necessidade de ter o chão firme
É medo de desgarrar das correntes
É uma forma demente nos impedindo de voar.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Capacete Amarelo


O mundo é movido pelo consumo exacerbado, baseado exclusivamente na lógica da posse: É MAIS QUEM TEM MAIS!!!! Ou é o melhor quem COMPRA PRIMEIRO O PRODUTO DO MOMENTO.
Há três anos comprei uma motocicleta, impulsionado por vários motivos de uma realidade concreta e objetiva. Nessa perspectiva comprei uma moto DAFRA, uma motocicleta muito boa, diga-se de passagem. Junto com a motocicleta veio de brinde DOIS CAPACETES AMARELOS.
O acessório de segurança necessário e obrigatório aos motociclistas, veio muito bem a calhar naquele momento, mas mesmo assim prometi a mim mesmo que logo compraria um outro capacete pra mim, pois aquela cor chamava muita atenção.
E de fato não era uma combinação muito boa: moto preta e capacete amarelo. E sem falar que amarelo nunca foi de longe minha cor predileta. Mas devo confessar que sem perceber peguei um certo apreço pelo capacete amarelo. Meus amigos e familiares me sacaneavam por consequência da cor e da atenção atraída pelo capacete, e eu meio sem jeito dizia que o trocaria.
Passaram-se três anos e somente hoje comprei outro capacete ,preto, SAN MARINO. Só sei que ao coloca-lo na minha cabeça pela primeira vez, me sentir como todos os outros, de joelhos prostrados à publicidade que me diz diariamente o produto, e mais especificamente a marca que devo usar.
O capacete amarelo nesses três anos tornou-se meu cartão de visita. Lembro-me dos meus amigos dizerem que eu não conseguiria me esconder de nada com aquele capacete, pois de longe todos já sabiam que era eu.
As pessoas não percebem, mas todos os dias essa sociedade de consumo as modelam  para serem todas iguais: usar os mesmos produtos, as mesmas marcas, e comprar e comprar. Por isso quem foge do padrão chama atenção mesmo sem querer, torna-se o DIFERENTE.
Vivemos numa luta incessante de nos afirmarmos como sujeito munidos de especificidades, características enriquecida pela vida em comunidade e acabamos negando essa luta por um imperativo de consumo, de mercado, e nos tornamos então, um bando de abitolados apontando de forma condenadora àqueles resistentes ao padrão alienante.
Não vou mais ‘tirar onda de capacete amarelo’, como diria meu irmão, mas jamais vou esquecer o que de fato me fez usá-lo durante todo esse tempo, ele supria a minha necessidade: proteger-me num eventual acidente. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Vida Luta

Têm dias em que vejo-me esvair em perdas
E as vezes certo de que nesta estrada só tem pedras
Inclino-me à desistir
Abandonar essa jornada dolorida onde cada passo é uma nova ferida
Frutos daninhos de uma vida regada por tempestade.

Lembro então do olhar cansado de um idoso
Que em seu leito de dor
Disse aos presentes: foram nas turbulências que aprendi a viver.

Daí, numa impetuosa vontade de manter-me de pé
Transformo cada queda numa aprendizagem
Cada pedra num desafio-lição
Cada dúvida numa decisão:
Sou as escolhas que faço!
E eu escolho lutar.

A primeira aprendizagem é que não há derrotas em batalhas travadas

A única possibilidade de ser derrotado é não lutar.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Isso é Corinthians


Não é apenas mais um time
É uma nação representa por atletas
Vestidas num manto,
Que na verdade é a armadura de guerreiros incansáveis
Alimentados pela fé e garra
De um povo que nunca desiste...
Esse é o CORINTHIANS,
Um time que é a torcida
Ou a torcida que é time.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Morena


Morena,
Um dia a felicidade
Essa tua amiga passageira
Virá definitivamente fazer parte de sua vida.
Nesse dia bela Morena,
Todas as feridas serão fechadas
Os momentos de sofrimentos
Tornar-se-ão lembranças trancadas num baú secreto.
Teu lindo sorriso será constante e verdadeiro
Sumirá dele a pitada de desespero.
Teus e sonhos e paixões
Serão palpáveis
Terás liberdade pra ser feliz.
Morena,
Use da sua fé e da sua força
Até trema, mas não tema em lutar,
Porque no fim dessa jornada tu só tens a ganhar.
Garantir a tua paz e liberdade
É abrir caminho para ter a teu lado quem você ama.
Morena, tu é guerreira
E ainda que não queiras só ti resta lutar.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Caminhos


Os caminhos nós fazemos,
E algumas vezes eles nos fazem.
Meus passos na maioria das vezes pensados
Celebram meus sonhos
Minha necessidade de ser feliz.
Entrego-me a tudo que quero
Eu sou as minhas conquistas e derrotas
Sou fruto da minha vontade de lutar.
Meu caminho é uma busca incessante pela plenitude de viver.
Não temo em errar
Mas pelo dia em que eu possa não querer lutar.

domingo, 18 de novembro de 2012

Alma Preta

Escrava Anástacia

Se alma tive cor, prefiro que a minha seja preta
Preto é guerreiro
Forjado no cativeiro,
Mesmo hoje nas senzalas capitalistas.
Quero pra mim
A essência da Escrava Anastácia
Que mesmo sobre os açoites do Feitor nunca se curvou.
Uma  alma preta
Com os versos de Abdias
Carolina de Jesus
E sem duvida ele diria: ’em cada coração de negro há um quilombo pulsando’.
De Dandara nossa guerreira, a fibra,
De uma mulher companheira
Que sempre se pôs a lutar na defesa de Palmares.
De José do Patrocínio, O Tigre do Abolicionismo,
A consciência de quem sou
Que minha metade livre
Ou uma pele clara
Não me cale ou me amarre e me impeça de lutar.
A alma de Negro Cosme, o Imperador da Liberdade,
Me levando pela cidade numa ousadia militante
Mostrando-me o mundo diferente de antes e com orgulho de quem sou.
Aimé Césaire
Se alma tiver cor, que a minha seja preta
Como a de Carolina de Jesus,
De Zumbi dos Palmares,
E de tantos outros como Aimé Césaire.
Dandara
Se alma tiver cor
Quero a minha alma preta,
Não é que não gosto das outras cores
 Mas é porque a cor preta é a essência dos lutadores.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Teu riso


Nesse riso lindo me perco enfim
Nele vem o paraíso
Trazido por um Querubim.
É simples assim:
Amo teu bem-estar
Adoro saber de ti,
E fico de bem com a vida
Se você sorrir pra mim.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Certeza


Nunca precisei de muitas certezas pra caminhar,
Por isso sou muito feliz,
Amo tudo que tenho
Luto por tudo que quero.
Hoje uma das certezas
É que meu coração acelera ao ti ver,
Nesse ato involuntário
Tenho maior felicidade em viver.
Descobri em teu sorriso outra certeza:
Quero-te!!!
Não minha propriedade,
Mas minha companheira,
Quero que sintas amada
Livre como uma borboleta passeando no jardim.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Querendo você


O dia surgiu diferente,
Ontem me despir pra ti:
Corpo e alma à sua disposição.
Não há porque me envergonhar do que fiz,
O que foi dito e feito e porque eu quis.
Ontem, meu corpo exalava desejo
Sedento de teu corpo.
No dia de hoje, me vejo querendo passear em tua pele morena,
Você me despertou
E acordei querendo você.

Todos Presentes


Hoje é um a dia pra recordar
Celebrar a vida dos que já partiram,
Mas deixaram muito de si em nós.
Presentes no nosso ideário de Liberdade e Igualdade
São flores de um Amor Revolucionário.
Recordemos o exemplo de cada homem e mulher
Que esteve entre nós e não se ajoelharam aos imperativos do Capital,
Somos filhos de todos eles,
Bebemos de seus ensinamentos.
Celebremos todos e todas
Que os corpos já não estão aqui,
Mas que seus  espíritos nos alimenta na árdua batalha contra o império opressor.
Lutadoras e lutadores que já partiram:
Presente, Presente, Presente!!!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sonho, Tempo e Medo


Todo dia é único
O instante de agora, nunca mais se repetirá,
A árvore do quintal não fará a mesma sombra que fez hoje
Nós nunca mais seremos os mesmos de agora,
Dito isso, é uma constatação:  o medo não pode nos pertencer.

Porque o medo é um ladrão de sonhos de agilidade incomparável
Se deixar ele nos visitar,
Sem que percebamos fará abalar as estruturas de sonhos alicerçados no mais íntimo do nosso ser.

E dono de tudo, o Tempo, não nos perdoará.
O sonho de agora e pra ser perseguido agora,
Os desejos de ontem podem não serem mais do Tempo de agora
Sonhos, desejos não existem pra serem reprimidos
Tão poucos são como uma dor que é curada por um comprimido.

Sonhos abandonados,
Desejos reprimidos

São venenos injetados na artéria.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Durma com os anjos

Nessa noite de lua rara
De céu estrelado
Que dos anjos você esteja acompanhada.
O lençol também teu companheiro
Juntamente com o travesseiro
Lhe aqueça até o amanhecer.
Nessa noite,
Que todas as ordens de anjos, inclusive os arcanjos
Façam tua proteção,
Assim teu sono
Tenha como dono apenas você e nosso Poderoso Deus.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Longe


De um lugar desconhecido
Aonde nada é parecido contigo
No entanto,
Com uma brutal capacidade de me fazer rebuscar você na minha pífia memória.

Distante de tudo
Apenas fantasmas resistentes ao tempo como companhia
À noite velo a agonia infame
Causa de uma abstinência do teu colo redentor.

Nesse ostracismo social
Equivocada escolha, sem retorno
Resta-me chorar
Numa penitente resignação de um erro egoísta.

Longe de todos,
Inclusive de mim,
Percebo enfim
O peso de uma escolha fora do tempo.

sábado, 20 de outubro de 2012

Minha Negritude


Tenho atitude e vivo o que sou
Exalto minha negritude
Não nego minha história
Alicerçada por meu tetravô.

Meu sangue crioulo
Derramado nos canaviais
E nos trabalhos mais pesados da mineração
É  a única herança restada
Aos filhos da escravidão.

Agora como podes negar tua cor?
Como posso negar minha cor?
É mais do que cor,
Se houver negação, é de quem sou.

Por isso bate no peito orgulhosamente e digo: Sou negra!
Sim, com cabelo pixaim
Minha identidade genética
Que todos os dias tentam furtar mim.

Não estou aqui dizendo que é fácil ser negra nesse país,
Na verdade não é fácil ser negro em nenhum lugar
Devido esse maldito preconceito
Que faz de nós sempre sujeitos alvos da discriminação.

Mas não vou jogar contra mim mesma
Mudando minha cor no senso do IBGE:
Coloca aí: sou negra,
Disso não abro mão
Uma resposta contrária é querer a própria exploração.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Saindo de Casa


Vou partir daqui
Essa casa não é mais minha
Não me reconheço em nada por aqui.
Por muito tempo esse foi o meu lar
Mas agora, não há mais nada meu
Tornou-se apenas telhado e paredes.
Sei que quando cheguei já havia edificação
Pouco mais dei minha contribuição
Equivalente a um tijolo
Que agora não consigo encontra-lo
Está tudo diferente pra mim.
Essa casa não é mais minha
Nada reconheço
Nem mesmo a escrivaninha
Pela qual tinha eu tanta estimação.
Vou partir dessa casa
Levando tudo de bom vivido nela
Pensamentos, sonhos e até mesmo discordâncias
Bem guardados em mim,
Recordo-me agora
Serei fielmente grato por toda chuva e sol dos quais me protegeu
Saio daqui com muito mais do que trouxe
Acúmulo coletivo
Construído numa casa onde não me reconheço mais.

Profetas


Poderíamos designá-los como construtores
Sem medo de qualquer erro semântico
Sendo essas pessoas
As responsáveis pela estrutura da geração futura.

Mas, preferimos chama-los de professores
Simples cidadãos no sacerdócio da partilha e multiplicação:
Construção coletiva do conhecimento
Que deve ser usado para o crescimento coletivo.

No seu oficio diário
Anuncia as boas-novas
Advindas de uma fé no ser humano,
Sua visão vai além do que o sistema permite ver.

Professor, profeta
Que por amor planta esperança nos nossos corações.

domingo, 14 de outubro de 2012

Na moda


Podem colar em mim
Sou puro sucesso
Elevei o meu ego
E levo sua autoestima se não me seguir.
Me acompanhe
Ser moda é minha sina
Não há receita que lhe ensine ser igual a mim.
Tudo que faço é copiado,
Me surpreende você esse fato não querer ver:
Do cabelo do Playboy ao do Pivete
Estão todos iguais ao meu.
Todas as minhas atitudes são sucessos
Fiz-me  uma tendência central
Tornando habitual fantasia fora de carnaval.
Está na moda agora é meu oficio
E deve ser tua obrigação,
Faça a minha dança
Ouça a canção indicada por mim,
Use os produtos que exibo na tv
São especialmente pra você.
Sou o cara, sou foda
Nada nem ninguém me incomoda
A não ser tua falta de atitude
Em não se empenhar pra fazer parte do clube
Feito especialmente pra ti.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Encontro de Amanhã


Amanhã a encontrarei
Não sei quem serei
No entanto farei valer a espera
Porque foi ela meu motivo de caminhar até aqui.

Depois de tanto sonhar,
De fantasiar,
De ouvir tua voz me chamar,
Amanhã
Ver-te-ei real em minha vida,
Em todas as vidas.

Ti apresentarei aos céticos,
Também aos fracos e opositores,
Gente sem amor
E cheios de rancores
Que quase me fizeram desistir.

Nosso encontro
Não será apenas meu e seu
Mais de todo coletivo
Que nos deram abrigo
Quando cansados queríamos chorar.

Não ti levarei flores
Sendo nossa a primavera
E todas as outras estações
De um mundo por nós idealizado
E amanhã um sonho realizado

Amanhã será nossa colheita
De uma plantação perfeita
Semeada com amor.

domingo, 7 de outubro de 2012

Seja Sol

Absorva o que ti edifica
O resto jogue fora,
Fique,
E mude o que ti incomoda.

Se agregue ou segregue-se
Veja o quanto pode ser feito por dentro
E o quanto pode ser feito à margem
E seja a própria imagem do que lhe faz viver.

A esperança pertence aos persistentes
Pois o futuro não é de todos
Mas dos bravos e loucos ( se assim preferirem),
Que não admitem a predestinação.

Os incômodos exigem mudanças:
O comodismo tem de diluir
O impossível deve inexistir
E o amor
Esse dever espalhar-se pelo ar.

Espalhe-se nesse mar humano
Reluzindo feito o sol
Dando um novo dia
Uma nova chance a cada ser.

sábado, 6 de outubro de 2012

Soldados do Xingu


O recrutamento começou
Propaganda pra todos os lados
Incentivando a vinda de quem não se alistou.
Já há muitos uniformizados
Vindos de várias partes,
Homens e mulheres
Dentro da farda azul.
Como tantos outros soldados
Não sabem o que defendem
Mas empunham as armas como se de fato a causa fosse deles.
Desconhecem da politica
Não se importam com a crítica
E aceitam a ideia que o comando geral elaborou.
O projeto defendido não é o deles,
Seu objetivo real é o pão,
Sem alternativas
Ceifam as oportunidades das próximas gerações.
Os soldados do Xingu
São vítimas de uma ambição:
Assassinato e exploração de um bem natural
Agora privado, mas antes comunal.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quero Ser teu Companheiro


Não desejo ser seu Príncipe encantado
Este cara tão esperado
É um homem modelado
Pelo sistema atual
Tendo o homem como o tal.

Quero ser teu Companheiro
Com todos os defeitos advindos naturalmente do meu ser
Com essa clareza
Acentuarei minhas poucas qualidades
No sentido de realmente ti merecer.

Não desejo ser seu Príncipe Encantado
O sujeito errado
Capaz de virar vítima
Faz-lhe sentir culpa por um erro não cometido
Tudo porque é o marido
O redentor de um único futuro prometido.

Quero ser teu Companheiro
O aconselhado e conselheiro
Sereno feito um experiente marinheiro
Em meio à tempestade no mar.

Não desejo ser seu Príncipe Encantado
O sujeito que te manterá enclausurada
Numa casa tranca
Com as obrigações domésticas a fazer:
Lavar roupa  e louça,
Fazer comida e no futuro cuidar do bebê.

Quero ser teu Companheiro
Com tua presença do meu lado
Opinando e questionando
Decidindo juntos por onde devemos  andar.

Quero ser teu Companheiro
Não somente por tua beleza
Mas, pela sinceridade e clareza
Transmitida por teu olhar.

Não quero ti consumir
Desejo com você conjugar o verbo amar,
Quero ser tão Companheiro.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Discurso Perpétuo?


Perpetua um discurso infeliz
Roubam de tudo e todos
Filial e matriz,
E plantam a frase no meio do povo:
Eleja-se outra vez
Pode até ter roubado
Mas esse com certeza pelo povo fez.
O discurso é voraz
Já passeia entre crianças, adolescente
Tudo fruto da ideologia de uma sociedade doente
Onde seus melhores frutos são viciados e delinquentes.
Esconde um câncer maligno,
A corrupção,
E mata o recém-nascido, o idoso
A presente e a futura geração.
Quem perpetua essa preleção?
O antídoto?
Consciência elevada à toda população.

domingo, 30 de setembro de 2012

Boa Noite!


Boa noite!
Bom ouvir tua voz,
Mas precisava dela por completa
Sussurrando a meu ouvindo
Acompanhada de tua respiração
O calor de teu corpo
E o toque de tua mão.
Preciso dessa sensação
Desencadeando outras ações,
Nossos encontros de olhares em relance
Como se estivéssemos lendo o desejo de cada um.
Nós bem juntinho
Eu contemplando o paraíso:
A visão sublime de teu corpo nu.
Boa noite!
Precisamos nos encontrar
A tecnologia ajuda, mas nos separa
E minha sede de ti não para
Ela não permite eu ti abraçar.

Pulso


O pouco que pulsa
Expulsa a apatia
E exprime alegria
Do ato de lutar.

O sangue corrente
Movendo a gente
Irriga a semente
Plantadas a unhas e dentes.

Na circulação
A pretensão de novas artérias
Necessitando de novos corações
Para ritmar o movimento
Que gera vida
E dá sentido ao pulso do corpo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eu, verbo


Meu verbo é feito irídio
Sua conjugação é muito pesada,
O único conjugável em meu ser.
Feito enxada cega
Que sem corte sai arrancando tudo:
Certezas mal plantadas,
Dogmatismo daninho
Incapaz de criar sequer espinhos.
Verbo superlativo
No pronome participativo
Sentindo o sangue pulsar
Reajo, pois sou sujeito composto de coragem
E sem viagem
Com os pés firmes no chão
Planejo um futuro num presente incerto.
Eu, verbo conjugado
Pego-me em oração
Sem ataques, agora em súplicas e devoção
Forjando o tempo de minha própria conjugação.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Menina


Não me deixe sem jeito
Não me deixe sem chão
Aqueça meu corpo
Não solte minha mão.

Menina atrevida
Tu me fazes delirar
Rouba meus pensamentos,
Sem perceber aprendi a ti amar.

Completa-me o teu jeito
Caricata de encarar
A seriedade da vida
Sem deixar a alegria dissipar.

Menina tu fazes meu coração acelerar
Respiração ficar ofegante
Com uma súbita vontade de ti beijar.

Teus sonhos me faz viajar,
Teus olhos de encantar
São lâmpadas noturnas
Candelabros sacros prontos a me abençoar.

Estado verbal


Estado continental
Onde o pistoleiro a mando do grileiro é o tal
Descanso de trabalhador é o funeral
Do companheiro assassinado
Aos lamentos lado a lado
Pensando no passo que irão dá.

Terra cultivada por quem a necessita
Pertencente a quem lhe explora.
No cercado há quem grita
Geme e chora,
Quem planta uma nova forma de pensar.

Pensar criminoso,
Um ato plenamente doloso
Em tempos de primavera,
E só temos duas estações
E está são é não pensar.

Nesse estado de imensidão
O mal ti sorrir estendendo a mão
Ou se ajoelha em reverencia
Ou dá as contas pro patrão.

Pistoleiro, patrão
Estado e servidão
Capitalismo, exploração
Substantivos ou verbo a todo tempo em conjugação?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Vida Maratona


Vejo a transformação diária
Como uma mutação pulsante
Delírios incessantes
Num desejo sem fim.

A largada da maratona
Totalmente sem ordem
Sem inscrição clara dos participantes
Uma competição voraz,
Todos contra um
Ou serão uns poucos contra todo o restante?

Sem paz
Tão pouco um às de trunfo
Prevalece o império
Alimentado com suplementos
É o pobre amador
Amando, com dores e sem alimentos.

Enquanto um transpira suor
Milhares jorram sangue
Sem reservas
Esvazia-se o estoque
E no disparo de partida
Ali mesmo finda a vida.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vossa Excelência


Muito justo Vossa  Excelência
Que o grito do povo abafou
E que obediente ao Capital
A mão-de-ferro baixou.

A Justiça é vidente
E é evidente que se faz de cega
É tão sóbria quanto
Um viciado em aguardente
Cai a venda
E Vende-se a vida.

Liberta o assassino da Freira
Autoriza o barramento do rio
A versão do povo presente nos autos
Nem viu.

Nesse país,
Paraiso Tupiniquim,
Manda quem têm dinheiro
Obedecem os covardes, os traidores.

O Estado nosso verdugo,
A Justiça:
A corda que nos enforca
A lâmina da guilhotina
A ilusão intermitente.

Tudo caminha pra outra mão
Se trabalho me tiram o pão
Exijo por liberdade me dão prisão
Ensaio uma fé na justiça vem a traição.

Muito bem Senhores Ministros
Só nos resta ouvir Bertold Brecht
E Seguir a Resolução.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ela é revolucionária


Ela é revolucionária
Veste-se de tudo
E veste quem a quiser.
Dos versos do poeta
Às gravuras do pichador
Exprime revolta,
Alimenta sonhos
E propaga o amor.
Perfeita,
A ela ninguém se iguala,
Se não a dão espaço
Assim mesmo sobrevive
Aí se torna marginal,
E pulsa em rebeldia
E alimenta o povo
Que com pouco se sacia.
Nem só de pão vivemos
Mas da batucada do tambor,
Da voz do nosso cantor,
Das linhas pensadas pelo escritor,
Dela,
Da Arte que Deus nos deixou...