sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Ela me ignora

Ela me ignora
Não responde meus sms
Me ignora no whats
De frente pra mim
Ela consegue me ignorar.
Hiperbolicamente fria
Cruelmente fria
Desumanamente fria
Fudidamente fria.
Pinto o sete
Faço o escarcéu
Rezo
Jogo praga,
E nenhum olhar dela.
Ela se programou pra não me ver
Se programou pra me matar
Se programou pra me enlouquecer
Ela se programou pra se vingar.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Na Quebrada

Na quebrada
A realidade é dura
Não tem tempo pra frescura,
Tempo pra choramingar.
O muleque tem que ter contexto
Carece de sangue no olho
Pra nesse campo de batalha
Não matar nem morrer,
Por que se se enfurece vira réu
Se titubeia beleléu.
A quebrada é a escola que funciona
O sujeito que escreve é obrigado a ler,
E a lei do mais forte é a primeira lição que cada um vai aprender.
Na quebrada tem gente desobediente
Gente que ama
E por consequência reclama,
Protesta,
Contra o abandono,
Contra a morte.
Na quebrada tem gente que ama.
A quebrada é vida na contramão
É gente pra caramba
Semeando vidas
Enquanto o Estado planta desilusão.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Cena de uma cantada

Dispara
Acelera
O coração do malandro
Como se fosse um dia de treta,
Como se fugisse da mira de uma escopeta.

Ele para
Mira
Na mina que ostenta
Beleza, leveza,
Um approach no ar.

Novamente repara
Com calma
E manda a letra da vez.

Falou pro nada
Pra qualquer um na calçada
Por que ela mesmo fingiu não ouvir.

Mas foi sincero
De um jeito tosco,
Canastrão talvez.
Pena que a mina não lhe deu um olhar.

Depois de tudo riu
Da cena que acabara de protagonizar
Da sensação de calafrio

Do silencio matando mais a pm no estado do Pará.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Rota de Fuga

Igual a um bandido
Pegou-me desprevenido,
Sem reação,
Rendido,
Entreguei meu coração.
Fez de mim esconderijo,
Aparecia somente quando necessitava,
Nunca simplesmente por mim.
Vinha sorrateiro
E quando me dava conta
Eu era sua fortaleza e seu gozo.
Confesso,
Amava essas aparições.
Mas morria um pouco a cada sumiço.
Foi perverso, criminoso com meu coração,
Digno de pena mortal,
No entanto,
Proporcionou-me prazeres,
Calores e calafrios,
Saciou-me os desejos da carne.
Bandido, malandro
Deve ter arrumado outra rota
Ou deve ter se consertado e não precisa mais fugir.
Já eu...