domingo, 29 de dezembro de 2013

Ore Comigo

Um dueto de Neide Azevedo e Vitoriano Bill



Ore comigo l

Ore comigo,
Fique aqui.
Como se nada estivesse acontecido.
Como se não houvesse opressor e oprimido.
Como se toda ferida sarasse com um simples comprimido.
Como se eu fosse você.
Ore comigo!
Fique aqui!
Como se todos os deuses fosse apenas um.
Como se vilão só existisse em cartoon.
Como se o grão de mostarda ampliasse num zoom.
Como se eu fosse você...

Vitoriano Bill

Ore comigo ll

Ore comigo.
E terás meu ombro amigo.
E toda a dor do mundo acabará,
Como se nunca tivesse acontecido.
Oraremos pelos fracos e oprimidos.
E pelo ser humano sofrido.
Toda a dor se transformará em esperança,
E veremos então um sorriso nas faces das crianças.
Deus disse que a fé remove a montanha
E a minha vontade é tamanha de ver este povo feliz.
Ore comigo.
Fique aqui.
Pois juntos iremos à paz construir
A tristeza não haverá mais
E um novo mundo irá existir.
Ore comigo.
Fique aqui!
O sofrimento e a miséria não vão existir.
Os opressores irão sumir,
E tudo será como num passe de mágica:
Acaba enfim a hipocrisia e a ignorância.
Porque haverá no coração dessa gente
Uma gigante, enorme esperança...
Fique aqui,
Como se eu fosse você...
E juntos meu amigo,
Um milagre divino iremos ver.


Neide Azevedo

Santa Puta

Ontem realizei um sonho,
Joguei a santa na fogueira 
E fiz amor com a puta.

Súdito

Teu corpo

Teu reino

E eu, 
súdito...

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

LUTAR É MINHA VIDA

Eu só queria viver o suficiente pra ver uma sociedade justa e fraterna.
Tudo que faço, toda minha luta é por crer em um outro mundo, sem desigualdades e sem guerras.
Juro que não sairia de minha casa pra gritar minha indignação nas avenidas, nas praças, em frente ou dentro das repartições públicas se houvesse outra alternativa. Na sociedade que vivemos, depois que enxergamos que estamos numa constante disputa de classes, ou nos omitimos ou vamos à luta. E eu não nasci pra fugir.
Não disporia meu tempo tentando convencer as pessoas da importância e necessidade de levantar-se contra as imposições de um sistema assassino, se eu não acreditasse que esse mostro chamado Capital tem um calcanhar de Aquiles, nossa unidade.
Me ponho de pé diariamente e fico na linha de frente, na fé de que nunca estou só. Pois meus companheiros e companheiras são como rochas intransponíveis capaz de me sustentar nas minhas fraquezas. Nós já sabemos o que é o verdadeiro amor.
Enfim, é por amor que estou na luta. Por amor aos oprimidos iguais a mim.
Não duvido do que faço, sei que esse é o caminho pra sociedade de nossos sonhos, porque pra mim, manter-se de pé é questão de vida.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Maria Das Dores e o Nascimento de mais um Jesus

Vinte e quatro de Dezembro, Maria das Dores, sofre as dores de dá a luz ao filho.
Já são 23 h, e somente agora conseguira dá entrada no hospital.
As outras vezes que viera, mandaram voltar pra casa porque ainda não havia dilatado o necessário para o nascimento do bebê. E como não tinha leito, não era aconselhável ficar no hospital.
Das Dores, teve que voltar de pé pra casa. A distância de seu bairro até o hospital municipal é de nada menos que seis quilômetros. O dinheiro que ela tinha, reservara somente para pagar uma ida e uma volta ao hospital. Agora duplicou seu gasto. É melhor voltar a pé, e ter grana pra voltar quando as dores intensificarem novamente, e depois que dá a luz ao filho retornar pro seu lar de táxi.
Por sorte, uma rua após o hospital, na primeiro de Janeiro, ia descendo um carroceiro conhecido da família. Na verdade nem era pra Gilson, o carroceiro, está transitando com transporte de tração animal por aquela rua, pois desde que a Norte Energia, empresa dona da barragem de Belo Monte se instalou em Altamira, o trânsito ficou um caos, e limitaram as ruas que os carroceiros poderiam circular. O fato é que Gilson, ao avistar Das Dores, ofereceu carona em seu humilde transporte. A mulher nem hesitou em aceitar a oferta e com uma certa dificuldade subiu na carroça e foi pra casa.
Maria Das Dores, é uma jovem de 21 anos, negra, de 1,70  m de estatura. Linda demais da conta, daquelas de parar o trânsito. Mas, que pra ajudar no sustento de casa, dedicou-se ao trabalho desde os 12 anos de idade, e de forma gradual foi abandonando os estudos, parando na metade do primeiro ano do ensino médio.
A jovem, mora com sua mãe e mais um casal de irmãos mais novos. Numa casa de madeira, num bairro chamado Liberdade.
Depois de quarenta e cinco minutos, aguentando os solavancos na carroça, por conta das ruas esburacadas, enfim Maria chega em casa. Desce da carroça com o mesmo cuidado que subiu no transporte, e adentra sua residência.
Dona Gilda, mãe de Maria, agradece a Gilson pelo grande favor que acabara de fazer.
Dona Gilda, como toda mãe ficara muito triste quando soubera que sua filha estava grávida. Ela ainda tinha esperança de ver Maria de volta aos estudos e formada em Doutora.
Dona Gilda já havia alertado diversas vezes sobre o que poderia acontecer com o namoro com um engenheiro da CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte), mas a jovem sonhadora, não escutou a mãe.
Das Dores estava trabalhando como Auxiliar de Serviços Gerais nas repúblicas onde moram alguns engenheiros da CCBM. Por lá conheceu Germano, um Engenheiro Civil de 34 anos, vindo de Minas Gerais.
Quando Germano viu Das Dores avisou logo aos outros companheiros da república ‘essa é minha!’. Com toda sua lábia de homem experiente, depois de várias tentativas conseguiu dobrar a moça. Mas pra isso teve de fazer um pedido de namoro.
- O sinhô tá achando que eu sou dessas aí que sai ficando com todo mundo é? Eu sou moça de respeito, se quiser, tem que namorar comigo- desta forma achava que escaparia de ser mais uma na contagem dos barrageiros que vêm de outras cidades, e saem com as mulheres de Altamira pra sair contando vantagem.
Germano não hesitou e começou a namorar com Maria. Fazia planos com a jovem, prometia o paraíso à pra ela.
- Das Dores tu ti esperta com esse homi! Depois, depois! Ele num é daqui, ti usa, ti embuxa e vai embora depois- era o aviso que dona Gilda dava à filha todos os dias.
Mas Maria já estava perdidamente apaixonado por Germano, não ouvia mais os conselhos da mãe.
Dona Gilda, como toda boa mãe, certo mês percebeu que a menstruação de Das Dores não veio:
- Das Dores o que tá acontecendo, que tuas regras do mês ainda não veio?
- Num sei mãe! Eita que a senhora também num me deixa em paz hein?- retrucou Maria.
- Nesse tempo todo tu nunca atrasou tuas regras, e tu me diz pra mi ti deixar em paz! Tu num vai me aparecer com um buxo aqui menina!- Falou a mãe.
Dona Gilda terminou de criar seus três filhos sozinhos, porque seu ex-marido quando bebia ficava violento e batia nela e nos filhos. Dona Gilda sabia o peso de ser mãe solteira.
Com as suspeitas levantada pela mãe, Maria comprou um teste de farmácia e constatou, que estava grávida. Naquele instante ela perdeu o chão, sem saber o que fazer. Como iria contar pra mãe? Resolveu contar pra Germano, afinal ele declarou amá-la por diversas vezes, já até prometera casamento, ele lhe passaria confiança.
No fim da tarde quando Germano chegou do canteiro de obras, Maria foi a seu encontro. Ela contou que estava grávida e que precisa de ajuda pra contar pra mãe dela.
- Grávida? Como assim? Isso não poderia acontecer! - Foram as palavras do homem.
Naquele instante todo o romantismo de Germano desapareceu.
- Não pode acontecer! Olha está tudo bem, tem calma! Sua mãe não precisa saber de nada. - foram as falas de Germano, meio ofegante.
- Como assim? O que vamos fazer então? - indagou Maria.
- Você vai abortar, essa criança não pode nascer. Você está ouvindo? Ninguém pode saber que você está grávida- falou Germano com a voz exaltada.
- Como assim abortar? Tu disse que teu sonho era ter um filho comigo. Por que tu tá falando assim? – Indagava Das Dores, agora mais desesperada ainda.
O mundo de Maria havia desabado. Os sonhos, as promessas, nada era verdade.
- Eu sou casado Maria! Tenho uma família em Minas. Tenho mulher, tenho uma filha. Entenda! Essa criança não pode nascer, ou você acaba com tudo que eu tenho. – Discorria Germano.
Maria não sabia que Germano era casado. Até então, ele só falava de seus pais e seus irmãos.
- Canalha! Canalha! Você disse que ia casar comigo! Tu acabou com minha vida. – falava Maria aos prantos.
Já não havia mais o que fazer, ela pegou sua bolsa e desceu as escadas do prédio chorando.
Ao chegar em casa, ela disse tudo à sua mãe.
O acontecido deixou dona Gilda muito triste e revoltada.
- Esse cabra vai discubri que tu tem mãe. – Falou Gilda.
No dia seguinte, dona Gilda e Das Dores madrugaram na porta da república antes dos engenheiros pegarem o ônibus pro canteiro.
Aos poucos os homens começaram a descer do prédio, e surgi Germano. Dona Gilda revoltada, foi pra cima do homem aos berros e palavrões, exigindo dele que assumisse o filho que fizera. Todos se assustaram com a cena. Entre empurra-empurra Dona Gilda ainda acertou uns bofetões em Germano que ficou com a cara vermelha.
- Olha seu cabra safado, saiba que minha filha vai ter esse filho sim, mesmo sem a tua ajuda. Isso num é papel de homi e di muleque! - Gritou Dona Gilda.
Como resultado, Maria Das Dores foi demitida do Consórcio. O dinheiro da rescisão ela deixou pra comprar o enxoval básico do bebê e pagar uma dividas.
Agora enfim chega o momento do parto. Ainda aguardando um leito, sente as dores intensificarem, deitada numa maca no corredor do hospital.
Quando soube que a criança era do sexo masculino e que nasceria em Dezembro, disse que o nome seria Jesus.
O futuro de Jesus não será fácil. Filho de uma Maria Das Dores, negra, mãe solteira, numa sociedade machista e excludente. Numa cidade onde o progresso é hospitais lotados, escolas sucateadas e repressão a quem questiona os erros.

Menção Honrosa


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Natal Em Cristo

Me dê um abraço
Um belo sorriso
Uma noite sem pressa
Uma ceia coletiva
Teu amor
E tua amizade infinda.
Ajude-me a revigorar a esperança
Que tal teu ombro como meu porto?
Que tal contrariar a lógica
E emanar amor,
Espalhar alegrias
Alimentar sonhos possíveis,
Sermos imagem e semelhança de Jesus?
Desejo-te
O Natal do nascimento de Cristo,
De uma nova vida,
De fé.
Feliz Natal,
O Natal do Nascimento de Jesus.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Capitalismo Voraz

Por Karen Sabrinna e Vitoriano Bill

Cada pétala arrancada de uma rosa,
É uma lágrima derramada
Pela mãe que perdeu o filho,
Por negligência da quadrilha engravatada.
Morre o filho por falta de pão
Morre a mãe durante a gestação,
Crimes cotidianos
Mascarados pelos tais representantes dessa nação.
Putos capitalistas cruéis
Que roubam o nosso sangue
Pra comprar seus anéis.
Puta Pátria cafetinada,
Puta sociedade capitalista,
E nessa guerra que chamamos de vida
Não existem mais encontros, apenas partidas.
Partida de xadrez
Peões sacrificados pelos reis,
Xeque-mate, cheque sem fundo,
Tudo sem rumo,
Em resumo,
Capitalismo é apenas mais um eufemismo pra escravidão.



Este poema foi escrito numa parceria fantástica com minha multi-artista favorita Karen Sabrinna, durante nosso passeio num balneário da cidade.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A Blusinha Branca

Feliz é quem viaja pelo corpo
Que essa blusinha branca esconde de mim.
Queria eu
Ter a chance de ouvir Cazuza
Arrancando tua blusa
E essa bermudinha também.
Minha mão atrevida
Ganharia vida
Em passeios milimétricos
Enquanto minha boca
Beijava-te e sussurrava sacanagens em teu ouvido.
Eu, apenas um menino
Arriscando bancar o homem vivido
Experimentaria o gosto de todo o corpo seu,
Tendo como meta,
Ser um poeta experimental,
Escrever versos lascivos
A partir de nosso prazer proporcional.
Tua fonte,
Minha perdição,
Levar-me-ia ao delírio súbito
Fazendo-me pedir bis.
O defeito dessa blusinha branca
É que ela só me fez imaginar
O que tem por debaixo dela
Quando alguém consegue arrancar.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Quando não se quer ir embora

O silencio instantâneo
Tomou conta da sala
De toda a casa
De nós dois.
A dor,
A lágrima,
A mala pronta,
E um fim não planejado.
Naquela hora
Sem mais nada a dizer
Quando não se quer ir embora
Deseja-se até morrer.
Na verdade cada ruptura indesejada
É uma morte
Do que  fomos
Somos
E poderíamos nos tornar.
A batida da porta
Sela todo drama
E cria uma distância continental

Entre pessoas antes inseparáveis.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Os sonhos


Nada de fome,
Nada de insônia,
Nada de exploração,
Nada de seca,
Nem tão pouco tempestade.
Só quero brisa,
Dias de lutas
E conquistas.
Dormir e acordar em paz,
Não deixar ninguém pra trás,
Amar e ser amado.
Os sonhos
De um cara igual a mim
São simples e sem fim.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Quando Cai a Noite

Quando cai a noite
Vejo teus olhos no céu
Desejo-te sempre
Deitada sobre meu corpo.
Quando cai a noite
Impossível rimar
A tua ausência menina
Faz as lágrimas no meu rosto rolarem.
Já mensurei milimetricamente
A distância entre nós dois
Procurando uma maneira de ficarmos juntos sem empecilho algum
O cair da noite
Faz com que sentimentos mínimos ganhem zoom.
Faça da noite meu dia
Arranque-me dessa agonia
E me tire o ar com teu beijo que me faz sonhar.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A Natureza de Quem Ama

A natureza de quem ama é singular
Não aceita a injustiça
Sem distinção de pessoa ou lugar.
A natureza de quem ama
É rap, rock, samba e carimbó
É vinho da santa ceia
Tomado por um homem só.
A natureza de quem ama
É um número primo
Repleta de mistérios cristalinos
E todos querendo desvendá-los.
A natureza de quem ama
É o beijo de boa noite
Dado por uma mãe
.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Mulher Que Me Inspira

Sei de tantas mulheres que são fontes de inspiração
Pra muita gente,
Pessoas comuns que em pequenos atos
Revolucionam a vida das que estão a seu redor.
Dona Joana, Monica Brito, Daniela Silva,
Elisangela Martins, Eliane Moreira,
São mulheres que me inspiram.
A pra me inspirar não pode ser qualquer mulher
Tem de ser luta
E de muita fé,
De ser uma
 Elisa Estronioli, uma Samara Maud,
Adriele Vitoriano, Ana Verena, Antonia Matins,
Antonia Melo, Ana Miléo,
Mudar o mundo pra elas
É o mesmo que alcançar o céu.
Tem de ser determinada
Como Maria Elena, Edizangela Barros,
Irmã Ignês, Dona Terezinha, Elisane Viterbino,
Elas de certo acreditam que uma boa nova está vindo.
Tem de ser assim
A mulher que me inspira,
Comum e extraordinária.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Um Adeus Que Não se Esquece


O celular tocou
De imediato atendi
Do outro lado da linha alguém perguntou?
-De que seu pai morreu?
Era meu aniversário
Tinham acabado de bater os parabéns.
Fui de um extremo a outro
Dos risos aos prantos.
Fazia tempos que não o via,
Que não lhe abraçava,
Que não lhe tomava a benção,
Que não conversávamos.
Restou-me a saudade pungente
Rasgando meu peito.
Foi arrancado desse mundo
Sem despedidas
Por que a morte é aquela partida sem passagem marcada,
É um adeus que não se esquece.
Eu,
Continuo preservando a memória de meu pai,
Por que ele partiu
mas sua vida continua na daqueles que os amavam.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sou Madiba


Sou Madiba
Por que sou comunista
Ainda que a Veja e a Globo não digam
Eu socializo a paz.
Sou Madiba
Por que sou negro com orgulho
Com meu tambores faço barulho
Na casa grande ou no quilombo.
Sou Madiba
Por que nesse mundo multicolor
Não quero viver segregado
Nem tão pouco escravizado
Por racistas primatas.
Sou Madiba
Por que sou presente na luta dos oprimidos
E sou a insônia dos opressores.
Sou Madiba
Nelson, Mandela
Sou a vida que fica
Nas baixadas, morros e vielas.

A Felicidade

Felicidade é curtir 5 a Seco
Namorar escondido no beco
Da casa dos nossos país.
Felicidade é a simplicidade
Andar de chinela à vontade
sem formalidades bossais.
Felicidade é ter alguém nem que seja pra sentir saudade
Sorrir à toa pelas ruas da cidade
Mostrar que somos gente de paz.
Felicidade é ler Mário Quintana
Emprestar o livro que você mais gosta pra Hayllana
É ver que o mundo é o que cada um faz.
Felicidade é poder beijar minha amada
Meter o pé na estrada
Sem medo de olhar pra trás.
Felicidade é não haver injustiça
É saber que o meu suor
Não gera riqueza pro meu algoz.


domingo, 8 de dezembro de 2013

A Alma

A alma de um poeta
Com certeza  em outro plano
Terá tempo feliz.
Por que falo isso?
Leia o que cada poeta diz!
Nesse mundo
Nenhum poeta é gente
São apenas almas penitentes
Sentindo a dor de um povo carente.
A alma do poeta
Já tem salvação garantida
Pois cada poema é uma crucificação
Alimentando de versos
Os famintos de pão
E os lutadores dessa nação.

sábado, 7 de dezembro de 2013

A Rosa

Dane-se o inferno
Dane-se o inverno
Dane-se o outono
Eu queria mesmo é que todo o ano
Fosse primavera.
Queria que a rosa,
A única do meu jardim
Tivesse vida sem fim.
O egoísmo de um homem insano
Tem apenas um antídoto a cada mil anos
E tentei magias com tulipas e jasmins
Mas, a cura só veio com essa rosa cravada em mim.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Um amor que encontrei

Companheira,
Quero falar-te que encontrei o amor
No mesmo dia em que te conheci.
 Leve, consolador
E contraditoriamente lancinante.
Companheira,
Foi semelhante ao encontro das águas do Amazonas e o Tapajós
E de forma mística Tornamo-nos foz desse sentimento redentor.
Companheira,
Nesse mundo de ilusão
Andar seguro em tuas mãos
É a realização de um sonho divino.
Companheira,
 É que esse mundo capital
Que é a própria cara do mal
Somente um ser angelical
Pra socializar as boas-vindas refletida em você manancial.
Companheira, Hoje compreendo nas canções
Notas que nem sei
 Falando-me de um amor que encontrei.
 Companheira,
 Agora estou em paz
Desse teu amor todo dia quero mais.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Rodovia de sonhos

Transamazônica que te vejo
Quanto mais luto
Mais sonho eu almejo.
Rodovia que te choro
Em romaria
E nas preces a Deus imploro
Dias de gente.

O Diabo Desse Inferno

Se o inferno for aqui,
O diabo não tem chifres,
Nem rabo, não fede a enxofre,
Nem tão pouco tem um espeto na mão,
O diabo anda vestido de terno e gravata
E é o pai da corrupção.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Essa Moça Morena

à Raiany Silva

Terra cabocla
Aonde vive essa moça morena
Iara do nosso rio-mar
Encanta na tela
E rouba a cena aonde quer que vá.
Canta o sabiá
E toda fauna desse lugar
Um partido alto particular
Para a filha-benção
Desse cenário-altar.
Chora viola
Vejo florir a açucena
E congelo a imagem:
Ela se embalando numa rede
Deixando a tarde passar.
A moça morena
Tem seu reflexo nítido no Xingu
E seu riso esplendoroso desagua
Em nossas vidas como um leito de paz.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

30 Dias

Deixei de ser apenas teu amigo,
Tornaste parte de meu abrigo,
Juntos,
Presenteamos mais felicidades aos nossos risos.
Mudamos nosso pronome de tratamento
Que é um sentimento
Brotando sobre a verdade
Da partilha do que fomos, somos e sonhamos ser.
Entre beijos, abraços
Olhares e palavras
Conhecemos um ao outro a cada dia um pouco mais.
30 dias que estamos juntos
30 dias de teu carinho,

30 dias que eu quero mais.

domingo, 15 de setembro de 2013

Ao Som de Dylan

Amanheci ouvindo Bob Dylan
Recordando-me de nosso único beijo.
A cada vez que ouço Dylan
Mergulho num oceano de intimidades proféticas,
Desejando-te comigo.
Passeio por um deserto,
Sede de tua boca na minha.
As canções de Dylan
Aquece minha alma
Anima-me a lutar,
Teus lábios
Vem em sonhos como um afago
Desestabilizando-me a sanidade.
Bob Dylan, escuto na hora que eu quiser,
Teu beijo,
Foi apenas um
Feito vento soprando,
Vindo das bandas do rio.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Escola que Nos Dão

Escolas sucateadas
Quadras esburacadas
Salas com um calor infernal
É  nosso cenário educacional.
Professores mal remunerados
Em condições de trabalhos insalubres
O oficio de educar desvalorizado
Por esses governos abutres.
Os engravatados brincam com a educação,
Pra ser mais preciso podam a plenitude de nossa formação
Por que somos pobres, pretos
Trabalhadores e favelados,
Pra eles não passamos de um voto cativo em época de eleição.
Enquanto escrevo estas linhas
Estou banhado de suor
Numa sala com trinta e poucos alunos
Calculando problemas abstratos e tentando compreender a real situação.
Quais chances têm essa molecada
Com as condições que lhes estão sendo oferecida?
Na escola uma sala de tortura,
Na rua o paraíso de mãos beijadas.
Os engravatados separaram
Pro muleque uma boca-de- fumo , ou com muita sorte uma colher de pedreiro,
Pra mina uma vaga de doméstica ou até mesmo no puteiro.
Já estamos cansados de exceção,
-Aquele dali sim tem força de vontade, conseguiu seu diploma de doutor!
Conversa fiada!
Todo mundo aqui na base dá o sangue pra vencer
Mas sempre têm uns play boys botando pra nos fuder.
Como é que se ganha num jogo onde o juiz
Age feito uma meretriz obedecendo seu cafetão?
Precisamos de escolas de verdade
Que nos dê liberdade
E não nossa primeira carceragem.